11/29/2007

França : Sinal Verde ?


Segundo seu presidente, a França deseja ocupar no mundo a liderança na luta contra o aquecimento global e pelo desenvolvimento sustentável. Para isto, durante três meses o poderoso Ministério do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Energia e Transportes promoveu a "Grenelle* do Meio Ambiente" reunindo representantes de ONGs, sindicatos, coletividades locais, empresas e políticos visando propor e discutir as medidas necessárias para atingir este objetivo. O público também foi consultado via Internet, respondendo a um questionário sobre quais medidas estaria disposto a aceitar.


O programa resultante é ambicioso e foi apresentado dia 25 de outubro último pelo presidente Nicolas Sarkozy em um discurso, na presença de Al Gore. Segundo ele, toda decisão governamental deverá ser analisada em relação ao impacto causado sobre o meio ambiente e a biodiversidade. Prevê também um investimento de 1 bilhão de euros em 4 anos na pesquisa e formação, sem aumento de impostos e sem sacrificar o crescimento do país. Considerando irreal que as pessoas aceitem se sacrificar nos nossos dias para assegurar as condições de vida das gerações futuras, estabelece que para cada mudança efetuada neste sentido, uma alternativa deve ser proposta, visando manter o conforto atual. Pois o programa toca em hábitos arraigados, como os modos de transporte, diminuindo o investimento nos transportes rodoviários e aéreos, e aumentando no ferroviário, fluvial e marítimo.

Um dos pontos críticos da discussão foi a questão energética. O governo fez pé firme para conservar a energia nuclear, responsável atualmente por 80% da energia elétrica produzida na França, logo o novo reator EPR será mantido...mas informou que não haverá construção de outros parques nucleares. E as medidas prevêem o investimento paralelo nas energias renováveis : para cada euro investido na energia nuclear, um euro será investido nas energias alternativas.

Algumas das propostas dizem respeito aos outros países, como por exemplo, "os produtos oriundos dos países que não respeitam o protocolo de Kyoto devem sofrer sobretaxas no mercado francês", ou "nas etiquetas dos produtos devem ser escrito quanto CO2 foi produzido para sua produção e seu transporte até o consumidor".

A França deseja difundir estas idéias na Europa e no mundo, e nisto tem o apoio de Al Gore que declarou que seria necessário um "Grenelle mundial".

Todas estas propostas passarão pelo Parlamento para serem votadas. Apesar do aval do mais eminente defensor francês do meio ambiente Nicolas Hulot, alguns temem que certos "lobbies" bloqueiem a aprovação das medidas. Mas se passarem, será a primeira vez que um país orienta suas decisões em função do impacto sobre o meio ambiente. Será que desta vez vai? A caixa de Pandora verde estaria aberta? Saberemos em breve.



Foto acima : Al Gore com Jean-Louis Borloo (minsitro do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, energia e transportes da França)


Discurso de Nicolas Sarkozy com as conclusões do Grenelle - texto (francês, inglês, espanhol, alemão) e vídeo
Video da televisão francesa sobre o discurso acima
Site "Grenelle do Meio Ambiente"

*A palavra Grenelle faz referência aos acordos sociais de Grenelle que puseram fim às greves de 1968.

11/17/2007

Amazônia sufocada



O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse neste sábado que a Amazônia está "sendo sufocada", ao encerrar a reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em Valência. Ele afirma que o governo brasileiro avança no combate ao desmatamento e tem promovido o gerenciamento sustentável da floresta. Mas teme que o aquecimento global já esteja minando estes esforços. De acordo com a previsão do IPCC, grande parte da selva amazônica se transformará em savana. "Toda a humanidade deve assumir a responsabilidade em nome das gerações futuras", declarou Ban.

O texto que foi divulgado oficialmente neste sábado pelo secretário-geral não menciona a Amazônia ao listar ecossistemas onde já se percebem evidencias "fortes" de impacto da mudança climática. Mas os negociadores incluíram um quadro mais "suave" em que, entre vários exemplos, afirmam que "até meados do século, aumentos de temperaturas associados à redução do nível de água no solo devem ocasionar uma substituição gradual da floresta tropical por cerrado no leste da Amazônia".

Além disso, eles enfatizaram que terras semi-áridas do continente sul-americano - como o sertão nordestino - tendem a ser substituídas por vegetação árida.O alerta dos cientistas eleva a pressão para que os governos tomem medidas concretas contra o aquecimento global. O atual Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de emissões de CO2 para nações desenvolvidas até 2012, vem sendo descumprido por vários países e sequer foi ratificado pelos Estados Unidos.Segundo ele, os países em desenvolvimentos devem ser ajudados em três frentes: com fundos para financiar a tecnologia de energias limpas; através de "correntes financeiras para adaptação"; e por uma maior cooperação em pesquisa e desenvolvimento científico, assim como a transferência de tecnologias limpas.

Sabemos que a maior concentração de fontes de emissão de CO2 está em países que rejeitaram ou não ratificaram o protocolo de Quioto, que visa à redução do aquecimento global. Como a mudança climática afetará mais efetivamente os países em desenvolvimento e o degelo provocará inundações em zonas montanhosas e escassez de água na Asia meridional e na América do Sul, cabe aqui reiterar o fator humano por trás do aquecimento e a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, especialmente pela queima de combustíveis fósseis. Segundo o relatório há possibilidades "reais e acessíveis" para combater essas mudanças.

Eu quero acreditar nisso.

Fonte
imagem


11/14/2007

Greenpeace: Desmatamento Zero Já!

O Greenpeace está de campanha nova. Uma corrente pelo desmatamento zero na Amazônia. Como joaninhas são seres sensíveis e adoram mato, eu já fui lá encher o saco do Lula. Explico: quando sobrevoei o Pará e o Amazonas, em 1992, a bordo dos velhos Tucanos da Esquadrilha da Fumaça, eu vi o que se faz com a mata. A gente via, a 200/300 metros de altura, as verdadeiras clareiras surgindo na floresta, e os fiozinhos de fumaça. Ação humana. Quinze anos depois, através dos velhos jornais e revistas, sei que a situação só fez piorar.

Conhecida como pulmão do mundo, a nossa floresta precisa ser preservada. E frente à pressão do biocombustível, que já tomou as terras de São Paulo (o interior virou um canavial só, é impressionante), acho muito improvável que a Amazônia resista. As imagens de satélite estão aí, ano a ano, mostrando o avanço das áreas vermelhas.

Há pressão internacional, o Brasil faz discurso verde - e a gente conhece bem como funciona a burocracia tupiniquim: por fora bela viola, por dentro pão bolorento. E já que estamos na era do digital, vambora lá, dar um abração neste pedaço de Brasil - que também é nosso.

via O Escriba

11/10/2007

FÓRUM ALTO TIETÊ 2007 ( GRANDES PROJETOS E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS)

RECURSOS HÍDRICOS:
QUAIS OS PROJETOS QUE IMPACTAM A QUALIDADE E A QUANTIDADE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA NO ALTO TIETÊ?

TEMA DO ENCONTRO: GRANDES PROJETOS E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

O encontro acontece no próximo dia 22 de novembro, quinta-feira, com início a partir das 13:30h na Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, localizada na Rua Boa Vista, nº. 84 - 6º andar - São Paulo/SP.

O Projeto Fórum, aprovado e financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), tem como convidados os representantes das prefeituras e do Estado, pertencentes à Bacia do Alto Tietê e demais interessados em conhecer e atuar na Gestão de Recursos Hídricos.

O Fórum conta com o apoio da Câmara Técnica de Planejamento e Gestão - CTPG do CBH-AT, sendo um de seus maiores objetivos o de assegurar a participação efetiva, técnica e articulada da Sociedade Civil dentro do Comitê, com base no atual Estatuto do CBH-AT, o Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e o Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Programação:

13:30h - Inscrição e entrega de material;

14h00 - Abertura e apresentação dos subsídios técnicos: Nelson Pedroso - Coordenador do Fórum e Eduardo Coutinho de Paula;

15h00/17h30 - Debate e Sistematização dos trabalhos com Brunch.


Inscrição gratuita, e pode ser feita no local do evento.
Informações: (11) 6865-5411 / 4365-1976
E-mail: agds@agds.org.br

Subsídios Técnicos para serem debatidos neste Fórum:

A renovação de contratos previstos no marco legal da Lei Federal do saneamento; Qual a posição dos prefeitos?

1.. Vale a pena criar a Frente Parlamentar do Saneamento Ambiental na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo?
2.. O sistema de flotação e seus impactos na dinâmica e produção de água para as represas Billings e Guarapiranga;
3.. Os impactos observados da implantação do traçado do rodoanel;
4.. Quais os impactos da legislação atual (leis específicas dos mananciais);
5.. Qual o impacto do deflorestamento das reservas de produção hídrica?

Obs.:
Os interessados também poderão enviar antecipadamente as suas contribuições por e-mail
Haverá certificado de participação.

fonte: Sicat

11/06/2007

Ecomondo

Entre os dias 7 e 10 de novembro, acontece em Rimini a Ecomondo.

Trata-se de uma feira sobre métodos e equipamentos para a reciclagem de resíduos urbanos, como a utilização de pneus usados na construção de estradas. Ou, como preferem enfatizar os organizadores do evento: “Un appuntamento straordinario per confrontarsi sulle novità e sulle potenzialità di questo settore in continua espansione com la più alta aspettativa di investimenti e proffitto nel prossimo decennio.” (Uma oportunidade extraordinária para conhecer as novidades e o potencial de um setor em permanente expansão, que oferece a maior expectativa de investimentos e lucros dos próximos dez anos.) Mas o evento também se ocupa de energia alternativa, tratamento de água, qualidade do ar e legislação ambiental. Informações em português AQUI.

O caminho é esse: a preocupação ambiental só decola quando for demonstrado que é lucrativa.
.

11/03/2007

Arte de papelão


O artista plástico inglês Chris Gilmour, que reside atualmente na Itália, faz maravilhas com caixas e embalagens de papelão usadas. O que normalmente viraria lixo, nas mãos dele se transforma em belas obras de arte.

A proposta do artista é retratar o dia-a-dia, e suas obras são todas em tamanho natural. Agora pasmem: ele trabalha apenas com papelão e cola. Nada de arames, placas ou que-tais.

Arte contemporânea e ecológica.
Atualização em 4 de novembro de 2007:
E a nossa Denise, mais uma vez, traz uma excelente contribuição para meu pequeno artigo. O papelão que jogaríamos fora pode virar arte e também brinquedos para nossos pequenos. Vejam também o que diz a nossa amiga Ana Cláudia, sobre brinquedos alternativos.