5/28/2007

Calamidade Italiana

A situação do lixo urbano na região Campania está virando uma calamidade. O governo vem, há tempos, tentando encontrar a solução de um problema que deve ser dividido em dois pontos. O primeiro e imediato é resolver o que fazer com as toneladas de lixo produzidas cotidianamente. A situação atual é de catástrofe ambiental, com toneladas de lixo amontoados pelas cidades. Em Nápoles, a população está ateando fogo no lixo não recolhido, sabe-se lá com que consequências. O risco de epidemias deve piorar com a chegada das chuvas, previstas para esta semana.

O material recolhido deveria ser separado, empacotado e compostado para reciclagem, mas a empresa de coleta embalou tudo sem a devida seleção, formando imensos cubos que não podem ser utilizados. A capacidade de estocagem do material esgotou-se e a coleta na região parou. A Defesa Civil e o governo estão buscando saídas para a emergência, que piora a cada dia.

Mas o segundo ponto não está sendo afrontado. Ensinar a população a produzir menos lixo pode evitar que o problema se repita no futuro. Conscientizar a população a separar corretamente o que pode ser reciclado deveria ser programa de governo, mas não é. Pior: não se pode nem esperar que a coleta volte ao normal para iniciar um programa de educação ambiental. Os dois problemas devem ser afrontados juntos.

Uma saída poderia ser uma taxa do lixo mais alta para quem não separa o material a ser reciclado. E as prefeituras deveriam utilizar empresas diferentes para a coleta, com cada empresa se ocupando de um material diferente. Mas aí, eu concordo, precisa normalizar a situação. Antes das chuvas.
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5/27/2007

Pedalando para o trabalho



De 28 de maio a 1 de junho, todos os trabalhadores da região de Vancouver, no Canadá, estão convidados a participar da campanha Bike to Work. O incentivo é para cada um tirar sua bicicleta da garagem e pedalar no caminho para o trabalho. A campanha é promovida pela Greater Victoria Bike to Work Society, que encoraja o uso da bicicleta como meio de transporte. É bom para a saúde, e bom para o meio ambiente.

5/26/2007

Reflexão para o fim de semana

A edição em inglês da revista National Geographic dedicou esse mês um especial inteiro aos problemas da pesca industrial no mundo. Entre as minhas dicas pessoais da reportagem, estão os pequenos vídeos, divididos por assuntos-chave, que merecem ser vistos não só pelo tema e sua denúncia clara, mas também pela impactante fotografia. E a galeria de fotos em si, que - não preciso dizer mais nada - tem o perfeito padrão National Geographic de ser. A denúncia dói fundo, pelo caráter neandertal. Mas é mais que necessária e precisa ser mais refletida pela sociedade.

Fica a sugestão para o "cinema" internético engajado de alta qualidade neste fim de semana de quase-inverno.

5/25/2007

Dia Nacional da Mata Atlântica

Dia 27 próximo comemoramos o Dia Nacional da Mata Atlântica. Porto Alegre foi a cidade escolhida para sediar os eventos da Semana Nacional da Mata Atlântica.


"Ministério promove Semana da Mata Atlântica em Porto Alegre

O Ministério do Meio Ambiente escolheu Porto Alegre para realizar a Semana Nacional da Mata Atlântica, de amanhã, 23, a sábado, 26. O evento conta com a parceria do Governo do Estado e da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam). Instituído pelo Decreto Federal de 21 de setembro de 1999, o Dia Nacional da Mata Atlântica é comemorado em 27 de maio.

A Semana da Mata Atlântica tem por objetivo divulgar a Lei da Mata Atlântica, aprovada em 2006, apresentar e divulgar medidas governamentais e não governamentais para a conservação da Mata Atlântica e incentivar a articulação das iniciativas do poder público, ONGs e iniciativa privada.

Na quinta-feira, 24, a partir das 14h, o secretário do Meio Ambiente, Beto Moesch, fala da Responsabilidade do Município na Proteção da Mata Atlântica. As atividades se desenvolvem no Centro Cultural 25 de Julho (rua Germano Petersen Júnior, 250 – bairro Auxiliadora). A sessão de abertura está programada quarta-feira, 23, às 9h.

Mata Atlântica

Este é um dos mais ricos biomas do mundo quanto à diversidade de plantas e animais. Estimativas apontam que abriga 1,6 milhão de espécies animais, incluindo insetos. Atualmente, apenas 3% da área de Mata Atlântica estão protegidos em unidades de conservação de proteção integral. No Rio Grande do Sul, atualmente apenas 17% de seu território mantêm a vegetação nativa da Mata Atlântica."

Fonte: site da Prefeitura de Porto Alegre (http://www2.portoalegre.rs.gov.br/cs/default.php?reg=74196&p_secao=3&di=2007-05-21)

5/23/2007

Somos uma família?

Um eco do passado. Um discurso, de uma menina canadense, de 12 ou 13 anos, que resume tudo o que a gente diz e repete e repete: cuidar do ambiente, cuidar dos nossos semelhantes é mais do que garantir o futuro. É compartilhar. Compartilhar nosso destino biológico. No meio do trabalho, do dia-a-dia enlouquecido, da competição ferrenha para sobreviver, resta uma realidade: somos um, fazemos parte do mesmo ambiente, compartilhamos os recursos.
Seu nome é Severn Suzuki. Este discurso, à vista no YouTube, tem tudo o que é necessário para disparar uma nova atitude. Quinze anos se passaram. A menina virou mulher, o planeta ainda pede socorro. Quando é que vamos cair em nós mesmos? Quando?

Limpeza sem química: Química forte irrita a pele e o ambiente - Folha de SP - 11/09/05

Limão, vinagre e bicarbonato de sódio também ajudam na faxina
Limpeza sem química
GIOVANNY GEROLLA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Engana-se quem pensa que o papel do vinagre, do bicarbonato de sódio e do sumo do limão é apenas temperar saladas e deixar um bolo mais fofinho. Na hora da faxina, os três são os principais ingredientes de produtos de limpeza naturais, que não deixam resíduos irritantes ou prejudiciais à saúde, como os de cloro, formaldeído e solventes. De todos, o vinagre é o mais versátil: tira manchas de tecidos, neutraliza odores fortes, remove gordura e limpa azulejos, fogões e panelas, segundo a organização não-governamental Greenpeace.

A empresária Sandra de Godoy Del Picchia, 54, conta que a preferência pelo vinagre é uma herança de família. A mãe dela sempre usou o produto na limpeza, e a receita foi transmitida para seu filho. "Quando entrei em uma casa que tinha armários embutidos, passei vinagre em tudo. Tira cheiro de mofo, de madeira velha, mata traças, é ótimo", elogia.

Em vez de ir para a batedeira com outros ingredientes para fazer um bolo, o bicarbonato de sódio mostra sua faceta faxineira no banheiro. Serve para limpar pias, bidês e vasos sanitários. Também substitui o cloro na remoção de limo. Basta deixá-lo agir por uma hora e depois retirar o limo com uma mistura de suco de limão e sal.

Outra função do bicarbonato de sódio é limpar panelas engorduradas ou manchadas. Pode ser colocado na panela enquanto ela estiver no fogo, até que ele queime e atinja a coloração marrom (confira mais dicas adiante).

Espuma que polui

Márcio Augusto Araújo, 42, consultor do Idhea (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), defende o uso de produtos naturais na limpeza. "Hoje existe pesquisa para o desenvolvimento de produtos biodegradáveis, como os da Cassiopéia, que têm a eficácia de qualquer composto químico e são encontrados no mercado paulista."

No site da empresa, pode-se comprar detergente e concentrados para limpeza à base de babosa (ou aloe vera). Araújo critica o uso, na fabricação de detergentes, de fosfatos, que auxiliam a formação de espuma. "A espuma não limpa, além de provocar eutrofização, crescimento excessivo de plantas aquáticas, acabando com o oxigênio da água e matando peixes."

LIMPEZA NATURAL
Alguns componentes podem causar inflamação nas mãos; outros vão parar em rios e matam os peixes

Química forte irrita a pele e o ambiente

Em casa, os produtos de limpeza à base de ingredientes naturais (que não sejam sintéticos nem contenham substâncias danosas) são indicados porque não deixam resíduos que agridem a saúde.

Depois de limparem a casa, não sujam rios e outras fontes de água onde o esgoto é descartado. Um dos principais poluentes em detergentes e em limpadores multiuso é o fosfato, que, em excesso, causa a eutrofização da água, causando até a morte de peixes. (Nota do site: eutrofização é o enriquecimento do meio aquático com nutrientes, sobretudo compostos de azoto e/ou fósforo, que provoca crescimento acelerado de algas e formas superiores de algas aquáticas perturbando o equilíbrio biológico e a qualidade das águas em causa. Fonte: Aquapor)

A farmacêutica e diretora-executiva da Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins), Maria Eugênia Proença Saldanha, 38, confirma o problema de eutrofização, mas lembra que a concentração do nível de fosfato em detergentes já é legalmente controlada. Para ela, a questão é descobrir e combater outras fontes de fosfato que poluem as águas.

Saldanha explica que os detergentes têm três grupos básicos de componentes. O primeiro é o dos tensoativos, responsáveis pela remoção da sujeira e pela formação da espuma. No Brasil, por lei, têm de ser biodegradáveis. O segundo grupo é o chamado "builder", em que há fosfatos. Sua função é manter a água alcalina para o tensoativo poder agir. No terceiro grupo estão os ingredientes auxiliares, como cor, perfume e amaciantes, que podem ser evitados na compra de produtos neutros ou transparentes. Esses ingredientes não contribuem com a função de limpeza.

Saldanha afirma que produtos de limpeza de grandes fabricantes nunca foram retirados do mercado por terem provocado qualquer espécie de reação alérgica ou doenças que tenham atingido número relevante de pessoas. "A própria existência das empresas depende da eficácia desses produtos", pondera.

Na pele

A dermatologista Enilde Borges Costa, 56, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, explica que diferentes fatores influenciam a ocorrência de problemas como a dermatite de contato irritativa, inflamação da pele causada pelo contato constante com componentes que são muito ácidos ou muito básicos. Segundo Costa, a dermatite das mãos é o problema mais freqüente entre pacientes que apresentam exposição contínua a sabão (muito alcalino) e detergentes. Os sintomas são coceira, ressecamento, descamação e rachaduras (nas fases mais agudas). Para evitar que eles apareçam, ela sugere a utilização de luvas e de cremes hidratantes.

Ela conta que, além de alguns produtos possuírem substâncias que são agressivas à pele, mesmo entre os produtos de fabricantes idôneos há pessoas que são mais suscetíveis do que outras à ação dessas substâncias. "Produtos naturais também podem provocar reações graves, como o sumo do limão sobre a pele, que, sob a incidência da luz solar, causa queimaduras", explica a dermatologista. Costa acrescenta que, dentro dos produtos industrializados, existe grande mistura de substâncias que podem não estar indicadas nos rótulos.

Além de evitar adquirir produtos em cuja fórmula constem componentes como cloro, formaldeído e solventes, é importante não comprar produtos sem embalagem própria ou rótulo que descreva os conteúdos químicos e indique o fabricante, orienta o Greenpeace. Na hora da faxina, trapos, por sua vez, devem ser preferidos a toalhas descartáveis.

Para saber mais, consulte o artigo Limpar a casa sem poluir o planeta, publicado anteriormente aqui no blog.

5/21/2007

Brasil na reunião do G8

Não basta estar em desenvolvimento, precisa estar em ecodesenvolvimento...

5/19/2007

Acabe com a sede mas não acabe com o ambiente

Direto do blog do Lonely Planet, uma dica para os viajantes em geral: usar purificadores de água ao invés de comprar água mineral - que vem nas indefectíveis garrafinhas de plástico não-degradáveis. Afinal, a garrafa torna-se inevitavelmente lixo, e o uso do purificador pode eliminar essa lesão humana ao ecossistema, minimizando a compra de água engarrafada. Particularmente, eu já cansei de ver praias desabitadas com um lixo enorme de garrafas plásticas na beira do mar, que vêm à deriva pelas correntes oceânicas. O lixo de um país/cidade/estado que vai parar em outro lugar - um problema que ultrapassa facilmente barreiras. Fica a dica do blog do Lonely Planet para todos que querem se divertir viajando mas não querem deixar a ecoconsciência pendurada atrás da porta de casa ao sair.

5/18/2007

Criatividade e tecnologia: a salvação?

O mais esperançosos creditam à ciência e à tecnologia a salvação do meio ambiente. Dizem eles que a humanidade sempre soube descobrir maneiras de resolver seus problemas e que, assim, não haverá fim para a espécie humana, sendo a criatividade o fator mais importante a contribuir para isso. Criatividade, diga-se de passagem, inesgotável. Pensam eles, os esperançosos!

Se olharmos para os momentos decisivos, na linha de evolução da espécie, é até possível dar razão aos mais esperançosos. A dupla Arthur C Clarke e Stanley Kubrick tornou paradigmática a cena onde um macaco, após "descobrir" a utilidade de um osso como arma, lança-o ao alto para transformar-se na nave de "2001: Uma Odisséia no Espaço" (1968).




A linha que une esses dois pontos - sempre acompanhada pelo monolito, ao longo dos milhões de anos ali sintetizados - começa na criatividade e termina na tecnologia.

Os egípcios resolveram seus anseios por uma vida eterna com criatividade e tecnologia: construiram as pirâmides. A essa mesma forma, a criatividade das civilizações centro-americanas deram outro destino: o domínio da astronomia e do tempo. A criatividade e a tecnologia se encarregaram, também, de colocar um fim a essas e a tantas outras civilizações.

A humanidade vê-se, mais uma vez, diante de um desafio. Não saberia dizer, agora, se o maior de todos ou se apenas mais um. O fato é que não podemos deixar de dar créditos à criatividade e para sua capacidade de desenvolver a tecnologia necessária para a sobrevivênca da nossa espécie. Ah! Os mais esperançosos que o digam.


Pois então! Recebi, hoje, um mail com o seguinte título:

Primeira usina flutuante gera energia a partir do movimento das ondas


Desconhecia por completo a existência desse projeto. O título é atraente por si só. O mar balança suas ondas desde que o mar é mar, há zilhões de anos. E de graça!

Abro o link e leio. Vejo as fotos, o filme, a animação. Putz, a minha talvez pouca fé na criatividade e na tecnologia balança. Não estarão erradas as Sagradas Escrituras, quando dizem que "do pó viestes, ao pó voltarás!"? Não seria mais correto dizer "do pó viestes, ao mar te voltarás!"?

Criatividade e tecnologia serão a salvação?

Fotos: Cidade Internet - http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/2001/2001.htm
Notícia: IDG NOW - http://idgnow.uol.com.br/mercado/2007/03/23/idgnoticia.2007-03-22.2729895286

5/17/2007

Vancouver, uma cidade preocupada com o meio ambiente

Eu tenho uma certa preocupação com o meio ambiente e, de uns tempos pra cá, tenho procurado mudar a minha forma de me relacionar com ele, contribuindo para um futuro mais sustentável. Tanto, que participei da equipe que colocou este blog no ar, mas com essa correria de mudança e tantas outras coisas que estão ocupando o meu tempo agora, acabou que não tenho conseguido me dedicar ao blog. O bom é que a rede de colaboradores cresceu tanto e o blog está ficando bem conhecido na blogosfera brasileira.

Faz tempo que eu queria escrever sobre como a questão do meio ambiente está presente aqui em Vancouver. É impressionante a preocupação do governo, e da população, com esse tema. Praticamente todos os dias tem notícia sobre o meio ambiente ou sobre a mudança climática nos jornais e na televisão. Vocês não tem noção a quantidade de publicações que existem sobre desenvolvimento sustentável, vida saudável, orgânicos, etc. Só no mês passado eu peguei duas revistas gratuitas com diversas matérias sobre como ajudar o meio ambiente, as pequenas ações que podem fazer a diferença.



É disso também que trata o site One Day Vancouver. O objetivo do projeto é fazer da cidade a mais limpa, verde e saudável do mundo. E olha, eu não duvido que isso aconteça. Agora eles estão fazendo um projeto piloto com os ônibus, usando combustível alternativo, mais verde. A cidade tem a fama de ter o ar mais limpo do Canadá. As pessoas são incentivadas a não andar de carro, ou quando andar, procurar fazer o máximo possível, para não ter que sair de novo. Eles também são incentivados a fazer grupos de carona, ou andar de bicicleta. Tem muita gente que vai pro trabalho pedalando, as ruas têm faixas exclusivas para ciclistas.

Aqui todo mundo recicla o lixo. Eu ainda vou tirar fotos das caixas especiais que ficam nas ruas, só com lixo para ser reciclado. Quando você compra uma lata de refrigerante, por exemplo, parte do valor é para pagar a lata. E você recebe esse dinheiro de volta quando entrega a lata de volta no mercado. São poucos centavos, mas todo mundo junta suas latinhas, caixas de papelão e garrafas de vidro pra levar no mercado e ter de volta seus centavinhos. Eu acho que isso funcionaria muito bem no Brasil, já que por vontade própria ninguém separa lixo nenhum.

Eu estou muito feliz em morar num lugar que tem essa preocupação com o futuro da sua população. E a cultura é geral, todo mundo tenta fazer a sua parte por aqui. Eu também tenho procurado fazer a minha.

publicado também no Simples Assim.

5/15/2007

ambiente

A Maray, do Che Caribe, nos ensina que nunca é tarde para aprender e mudar. Leiam o texto.


ambiente


Às vezes a gente tem a impressão que os valores, sejam eles morais, éticos, mesmo sentimentais, se posso chamar assim, levam um tempão pra mudarem. Alguns acho que levam mais do que outros, mas quando se olha pra trás, e eu já tenho muito pra trás pra olhar, a coisa anda sim.

Quando eu era pequena, ninguém nunca me disse pra jogar o lixo no lixo. Eu jogava papéis de bala, de chocolate, (salgadinhos na forma como são hoje conhecidos não existiam) e mais tarde, quando comecei a fumar, as bitucas do cigarro onde estivesse. Apesar de ter tido uma mãe neurótica com limpeza, a única coisa que eu sabia que não podia fazer, sob pena de graves consequências, era sujar a casa. Mas o mundo não era minha casa. Minha calçada não era minha casa. Meu país e muito menos o universo eram minha casa.

Hoje vejo que minha casa era muito, mas muito pequenina.

Foram meus filhos quem pela primeira vez chamou a atenção pra eu não fazer isso. Eles estavam ainda no prezinho, com 6 e 4 anos, acho. Reclamavam toda vez que me viam jogar papel no chão. Toda vez que me viam acender um cigarro.

Apesar de ter feito faculdade onde o ensino da biologia e fisiologia eram obrigatórios, foi com minhas duas crianças que aprendi o que é ecologia. E o tamanho da minha casa foi aumentando. Porque eu percebi que a minha calçada tinha que ser limpa, que minha rua tinha que ser limpa, que minhas árvores tinham que se decentemente podadas, que não posso sair por aí jogando pilhas, lixo ou o que for. Que as coisas acabam. Inclusive a vida humana. E depende de mim também que ela se prolongue.

Políticas governamentais são necessárias. Mas a gente não é criancinha pra esperar que o governo faça tudo. A nossa parte é grande também.

A primeira vez que interrompi um adolescente que pichava um banco de ônibus, morri de vergonha. Eu! Como se eu estivesse errada e aquele garoto com um canivete na mão pudesse fazer o que quisesse. Mas engoli a vergonha e reclamei. Ele parou. Desceu em seguida, sem olhar pra mim. Ou seja, ele sabia que o que fazia não era legal. Talvez sentimento igual ao que eu sentia quando meus filhos me diziam pra não fumar. E eu fumava. Até que consegui parar.

Demora, mas olhando pra trás, nem tanto. E vale a pena.


Maray
Che Caribe

5/14/2007

Aquecimento Global na ordem do dia

Notícia1: O Yahoo lançou em NY o Yahoo Green, definido pela empresa como um programa de educação on-line, que vai oferecer noticias, dicas de consumo e orientaçao para que os usuários possam colaborar na luta contra o aquecimento global. No novo site, é possível encontrar informações sobre como reduzir suas emissões de carbono, como reciclar, reaproveitar sacolas de compras e adotar outras práticas ambientalmente corretas. O projeto começa nos EUA mas poderá ser levado para outros mercados. Inclui um concurso que vai dar 10 Ford Escape, modelo híbrido, para serem usados como táxis na cidade que tiver o maior número de usuários participando das atividades do site 'verde' do Yahoo. Outros 10 taxis híbridos serao doados a Nova Iorque para substituirem táxis convencionais.

Notícia 2: foi lançado, pelo Channel 4, uma contestação à tese de Al Gore (que já já estará por aqui, bancado pelo Itaú) do aquecimento global. Virou uma grita dos cientistas, que alegam que seus depoimentos foram distorcidos e o trem foi editado impropriamente. Mais um show de mau jornalismo que não ajuda em nada a luta por um planeta mais limpinho.
Via Blue Bus

5/12/2007

Carnaval abraça a Proteção Animal em Sampa

Recebido por e-mail da Sandra Marelli, do Clube das Pulgas
Você já imaginou mais de 70 países assistindo ao mesmo tempo via satélite uma enorme manifestação em favor dos animais?
Você já pensou como seria se colocássemos em um mesmo evento mais de duas mil pessoas com o único propósito de mostrar ao mundo a importância dos animais?
Você já se imaginou fazendo parte do início de uma grande modificação para o bem dos animais na maior festa popular brasileira?
Você já teve vontade de sair cantando no meio de uma multidão o valor que os animais têm para você e para o mundo?
Você um dia já sonhou em fazer uma enorme denúncia em que o mundo inteiro visse ao mesmo tempo milhares de pessoas clamando a uma só voz todos os maus-tratos que são cometidos contra os animais?
Parece impossível.... mas não é.
O dia já está chegando e no dia 15/04/2007 foi lançada oficialmente a idéia durante o evento do "Yakissoba Beneficente" organizado pelo Quintal de São Francisco e o Projeto Focinhos Gelados. As 400 pessoas presentes ao evento ficaram sabendo em primeiríssima mão o que é e como surgiu a idéia de A Salvação do Planeta é o Bicho
Muito bem, chega de suspense e vamos contar tudo desde o início.
- Em uma terça-feira de carnaval recebemos o telefonema do vice-presidente da Tribuna Animal, o Engenheiro Amândio Martins, perguntando qual seria a nossa opinião sobre entrarmos em contato com uma Escola de Samba para que esta tivesse como enredo a Proteção, a Defesa, o Bem-Estar e a Libertação dos animais.
De imediato dissemos que seria uma excelente idéia, mas nem de longe imaginávamos que isso iria acontecer de fato, achando a idéia um delírio de carnaval. Pois bem, na quarta-feira de cinzas já haviamos feito contato com um dos diretores e o carnavalesco de uma das escolas de samba de São Paulo, a Sociedade Escola de Samba Imperador do Ipiranga, que acharam a idéia excelente. Daquele momento em diante o delírio começou a tomar forma, mas ainda não acreditavamos no que estava acontecendo e fomos saber a opinião de nossa amiga e confidente Ângela Caruso - Presidente do Quintal de São Francisco, que de imediato acompanhou a idéia com enorme entusiasmo e participa conosco desde o início desta loucura de carnaval.
Desse ponto em diante o delírio foi aumentando, foram realizadas várias reuniões aonde trocamos diversos conhecimentos. De nossa parte fornecemos todas as informações necessárias sobre a proteção animal para que a diretoria da escola de samba e principalmente o seu carnavalesco possam ir dando forma ao nosso sonho. De parte da Imperador do Ipiranga, recebemos todas as informações e experiência de como funciona um carnaval de grande porte com todos os seus detalhes de criação, organização e confecção de carros alegóricos, fantasias adereços, parte burocrática, quesitos legais, contábeis, marketing, etc.
Ok!!! A idéia vingou, o delírio começa a tomar forma, e pela primeira vez uma escola de samba brasileira irá sair na avenida sem o uso de plumas, penas ou qualquer adereço proveniente de animais. E estaremos cantando a plenos pulmões, fazendo um coro de 2.000 pessoas na avenida, mais outros milhares na arquibancada, além de toda a cobertura das TVs nacionais e internacionais, mídia impressa e digital.
Imaginem o tamanho do evento!! Imaginem o tamanho da divulgação de nossa luta!!! Imaginem o início de uma mudança na cultura do carnaval brasileiro, aonde não mais serão utilizadas partes de animais para "embelezar" esta festa popular!!!
Imaginem a farsa dos rodeios, a farra do boi, a poluição dos mares, a pesca predatória, o uso de peles, o tráfico de animais, a vivissecção e outros crimes e maus-tratos sendo denunciados ao mundo em um mesmo evento!
Imaginem o circo sem animais, as campanhas de esterilização, a posse responsável e todas as nossas lutas sendo divulgados para o mundo!
Por isso conclamamos a todos para participarem em fevereiro de 2008 deste enorme evento pelos animais. Aqueles que nunca desfilaram na avenida terão a chance de desfilar pela causa animal, aqueles que já desfilaram ao menos uma vez na vida sabem o quanto é bom - se tiver a nossa causa envolvida será melhor ainda. Aqueles que costumam desfilar em outras escolas, venham desfilar também na Imperador do Ipiranga. Os que costumam ir para o Rio de Janeiro para desfilar, fiquem em São Paulo que este ano teremos uma grande causa como enredo. Aos amigos cariocas o nosso carinhoso convite para virem experimentar uma escola de samba paulista com a garra de uma luta e um ideal muito fortes. Estaremos esperando de braços abertos os amigos de todos os estados brasileiros para cantarem conosco a proteção aos animais. Aguardamos também com muita fraternidade os amigos protetores de outros países que vierem ao Brasil para desfilarem pelos animais e por nosso planeta.
Quem esteve presente ao evento do Quintal de São Francisco e Projeto Focinhos Gelados já pôde ver uma prévia dos desenhos dos carros alegóricos. As fantasias em breve estarão disponibilizadas na internet com seus valores e formas de pagamento. Não se preocupem com o custo, não será nenhum absurdo, estamos calculando algo em torno dos R$200,00 (duzentos reais) por fantasia que poderão ser divididos em carnê.
E isso não é tudo. O desfile de uma Escola de Samba envolve todo um trabalho comunitário e estaremos realizando diversos eventos na comunidade de Heliópolis, berço da Imperador do Ipiranga. Faremos almoços e feijoadas vegetarianas na quadra da escola, além dos muitos shows e ensaios que estarão para acontecer para que possamos angariar os fundos necessários para que o evento seja um sucesso.
A partir de agora, aproveitando o nosso convivio quase diário na comunidade de Heliópolis, e não deixando o nosso trabalho de protetores animais de lado, estaremos estudando a melhor forma para conseguirmos castrar em um curto espaço de tempo todos os cães e gatos residentes nessa comunidade.
Muito bem, está aqui exposta a nossa loucura de carnaval que agora é uma realidade e nos sentiremos muito felizes ao ver todos os amigos participando a partir deste momento de cada evento, de cada show, de cada ensaio na quadra, até culminar com o maior evento que o mundo já assistiu pela proteção animal e que a partir de agora é de todos nós.
Enviaremos informações constantes de cada evento e de cada novidade do Carnaval Animal 2008.
E o que é "A Salvação do Planet é o Bicho!" ? É o título e o enredo sob o qual irá girar todo o tema da escola, das fantasias e alegorias até o samba enredo.

5/11/2007

Plástico ecologicamente correto




Recebi da Luma um link que fala sobre sacolas plásticas biodegradáveis, ou oxi-biodegradáveis.

É o link da FUNVERDE - FUNDAÇÃO VERDE.

Em vez de reproduzir o que lá se encontra, vale a pena passear pelo site e ver o que são as sacolas oxi-biodegradáveis, o projeto da Funverde e diversas matérias a respeito. Muita informação interessante.

http://funverde.wordpress.com/projeto-sacolas-ecologicas/

Aqui, o arquivo de posts sobre as sacolas de plástico oxi-biodegradáveis.

É o caso de fazer uma campanha para que os supermercados passem a oferecer essas sacolas. Se meu objetivo, no dia da Terra (idéia 38) era diminuir o uso das sacolas plásticas, passou a ser elaborar uma campanha, aqui em POA, para a utilização dessas sacolas.

Vou entar em contato com a Funverde e me informar sobre como isso será possível e como fazer para aplicar aqui o projeto.

5/09/2007

É possível combater as mudanças climáticas

O uso eficiente da energia nos vários setores da economia é uma das principais formas de se limitar os efeitos do aquecimento global. A constatação está na terceira parte do 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no dia 4, em Bangcoc, na Tailândia.

De acordo com o relatório, seja no transporte, na indústria ou mesmo dentro de casa, atitudes como o incentivo ao desenvolvimento de fontes renováveis de energia e que contenham menor quantidade de carbono, como o uso de transportes coletivos e não-motorizados (como bicicletas) e a opção por tecnologias que consumam menos energia devem ser incentivadas.

“Mudanças de estilo de vida e padrões de comportamento em todos os setores (da economia e da vida como um todo) podem contribuir para diminuir as mudanças climáticas”, diz um trecho do documento.

Qual a melhor contribuição de cada cidadão para amenizar o aquecimento global?

Plantar o máximo de árvores possível?
Trocar o carro pela bicicleta e pelo transporte coletivo?
Trocar o carro à gasolina por um modelo a álcool ou a gás?
Consumir menos carne (os rebanhos emitem metano)?
Economizar no consumo de energia elétrica?


Como Brasil pode contribuir para reduzir emissão de CO2 - gás causador de efeito estufa?

Reduzindo as queimadas?
Ampliando a participação de fontes renováveis (biomassa, eólica, solar) na matriz energética?
Aumentando áreas protegidas de florestas com manejo sustentado?
Aumentando áreas protegidas por Unidades de Conservação?
Realizando seqüestro geológico de carbono (injeção de CO2 em reservatórios de petróleo?

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.


(Fonte: Ambiente Brasil)

5/08/2007

Praça da Paz Celestial - verde?

Numa das proposições mais interessantes dos últimos tempos na China (pelo menos, a meu ver), o arquiteto modernista Ma Yansong quer transformar o símbolo máximo da política comunista chinesa, a Praça da Paz Celestial em Beijing (onde fica o painel com a foto de Mao Tsé-Tung), num grande parque ou bosque. Suas razões para tal são consideráveis: a área, que recebe a visita de milhares de turistas anualmente, quase não é visitada pelos próprios habitantes da cidade, que a consideram "feia e desagradável". E eu concordo com os moradores de lá: é, realmente, um monte de prédios cinzas caixotões com inúmeras bandeiras vermelhas. O que salva é a entrada para a Cidade Proibida numa das pontas da praça, mas mesmo lá, aquela foto do Mao vigiando todos que por ali passam é meio assustadora. Se mais verde houvesse por ali, os moradores de Beijing poderiam considerá-la uma área a mais de lazer na cidade, que já anda tão pobre delas - estima-se que apenas 2.8% de Beijing seja verde. E estariam de certa forma trocando o statement político comunista, que é o que a praça representa hoje, por um statement mais ambiental na ativa China.

Acho que eu apóio essa mudança radical (mesmo!) em Beijing. Mas a questão de verdade é se o governo apóia também... pelo que o artigo do Guardian conta, parece que não.


©Tianamen2©Tianamen1
Praça da Paz Celestial, Beijing, umbigo político da China: hoje, vermelha comunista; amanhã... verde? Sonhar não custa nada...

5/06/2007

7 de maio: Dia do Nada

Direto do Alfarrábio: Lançamento da proposta para o DIA DO NADA 2007

Não custa lembrar:
O DDN cai sempre na primeira segunda de maio. Este ano, portanto, cai no Dia 07 de maio. Segunda-feira.

Definição simplista:
DDN não é contra o trabalho. É contra o trabalho desprazeroso, mecânico, robotizado, escravo.
Questiona a mais-valia e o lucro, sob todos os ângulos e hipóteses.
Descrê do progresso industrial e do uso da tecnologia eletrônica como evolução da espécie.
Ri do processo civilizatório.

DDN não é para NÃO fazer nada. O desafio, aliás, e este. A idéia é: fazer nada.
Tudo é trabalho. Tudo dá trabalho. Trabalho, em física, é a energia gasta por um corpo para se movimentar entre dois pontos. Portanto, enquanto o coração bater, existe o trabalho. E a idéia do Nada e do Vazio colocada em movimento como uma ação não cartesiana, melhor, como poética, é a questão.

Segunda parte, via Dia do Nada:
Constatação
Por causa do Efeito Estufa, gerado pela emissão descontrolada de gases poluentes na atmosfera, principalmente CO2, a temperatura do Planeta está se elevando. O clima está se alterando, as estações do ano perderam suas definições. As águas de março ainda não chegaram e, mesmo em maio, o verão ainda não foi fechado.

O paradoxo quente
Voltemos à Física: se as partículas ficam em movimento constante, em atrito permanente, a velocidades cada vez maiores, então os corpos tendem à combustão, gerando cada vez mais calor. Esquentando mais, faz-se necessário, na nossa sociedade de mercado, um maior uso de refrigerador, ventilador, ar-condicionado, enfim, não queremos abrir mão do conforto industrial que deus nos deu, certo? Acontece que isso acaba gerando um maior gasto de energia, aumentando, assim, o calor. E Eis, assim, montado o paradoxo que nos coloca, a todos, dentro de um circuito vicioso cujo fim não precisamos de nenhuma lâmpada mágica para adivinhar seu desfecho.

Visão crítica
Para Al Gore e para os mercadores da vida o desastre ambiental representa Eco_dólares. E se aproveitam do calor que está fazendo para ganhar mais dinheiro vendendo ventiladores. Ou fazendo projetos mirabolantes como a construção de guarda-sóis no espaço, sucção do CO2 da atmosfera usando como depósito as reservas exauridas de petróleo, etc. Fazem acreditar que a tecnologia de ponta pode resolver o problema do desastre ambiental e que podem resolver o problema mundial por cada um de nós. No máximo, propõem a troca do uso de produtos mais poluentes, por outros, novos, modernos e "ecológicos". Como se o material usado na fabricação desses produtos e o lixo dos outros, descartados, não interferisse, ainda mais, no problema ambiental.

O que é preciso pensar, em primeiro lugar, é que nossa cultura foi toda construída sobre os alicerces do domínio à natureza. E nunca de integração. O homem civilizado, ocidental, greco-judáico-cristão, sempre viu a si próprio como alguém na paisagem, mas nunca como alguém da paisagem. A natureza sempre lhe foi o fora. E o dentro sempre foi aquilo que ele construiu para vencer a natureza, chegando ao ponto que estamos vivendo agora, que é a de perder todo o contato e relação com ela e recebendo de troco um delicioso "tchau, humanidade, vocês são uns chatos".


Proposta do DDN
Desmontar o discurso catastrofista dos apocalípticos que lucram com a miséria humana (neopentecostais, niilistas de plantão, comunistas endinheirados) e dos conformistas que acham que "isso não vai mudar nunca", já é uma maneira de tornar o problema menos insolúvel. Deter imediatamente a voracidade consumista, então, já é caminhar, a passos largos, em direção de um outro tipo de relação do homem com a natureza. Isto é, de integração e harmonia.
Mas não basta apenas desligar o ventilador durante quinze minutos e ficar de braços cruzados, com tédio e raiva, passando calor. É preciso que o espaço e o tempo sejam utilizados de maneira criativa e lúdica como resposta vital a esse modo de viver que nos quer reféns do impulso de morte. É possível utilizar a as energias emanadas pela própria natureza, a nosso favor, sem ter de gastar um centavo por isso. Ao contrário, para nos humanizar através delas.
E o que nos torna mais profundamente humanos é a nossa capacidade de compreender a realidade e rir, quando, ao invés de nos lamentar pela situação ou de nos perder em abstrações intelectualizadas, agimos.

Questão concreta
Para o DDN, tanto quanto para a filosofia oriental e para a cultura indígena, agir é não-agir. É deixar acontecer. Como na Capoeira de Angola. Como no Judô. Usar a força, o impulso e o movimento do oponente, contra ele próprio. A nosso favor.
O devir do vento, portanto, que dá movimento a essas palavras. Não só a hélice do ventilador, no caso acima descrito, para combater o calor. Mas a vela do barco. Aqui, brincando com as folhas soltas das palavras da árvore-idéia, como uma aposta no lúdico.

Shishmaref

Via Boing Boing, chega-me a notícia de que uma vila inteira no Alasca, Shishmaref, está literalmente caindo no mar, como consequência do aquecimento global. A vila tem uma geografia peculiar, entre um lago e o mar, e alguns moradores já foram forçados a se mudar por causa dos efeitos do aumento da temperatura sobre o mar. Mas o mais interessante no post do Boing Boing é o comentário de uma moradora do Alasca sobre a posição do governador do estado perante tal situação. O governador insiste que "A ciência do aquecimento global é inconclusiva". Ok, governador, então explique isso para esses 600 moradores de Shishmaref (e os outros tantos de comunidades do Alasca em situação parecida), que já são refugiados do fenômeno.

Veja fotos da gelada vila de Shishmaref aqui.

5/05/2007

As cidades mais limpas do mundo


Recentemente a revista Forbes publicou uma lista das 25 cidades mais limpas do mundo. Em linhas gerais, o hemisfério norte é limpo, o sul é sujo. Abaixo da linha do Equador, somente duas cidades entraram na lista, as duas na Nova Zelândia.

As cidades mais limpas do mundo estão em 13 países. Na Ásia, somente o Japão entrou na lista. Cinco cidades são americanas, cinco canadenses - inclusive a primeira, Calgary (foto), e onze estão na Europa.

Para ser considerada limpa, a cidade tem que resolver muitos problemas que, se não resolvidos levam a más condições sanitárias e problemas de saúde, assim como estagnação econômica. A produção de energia para a indústria, casas e transporte deve ser planejada e executada racionalmente, e isso significa alguma forma de regulamento e controle.

Para ser limpa, a cidade precisa saber o que fazer com seu lixo. Os aterros sanitários devem ser fechados. Reciclar é a única resposta de longo prazo, mas só acontece com muita disciplina cívica e um sistema, de preferência um que gere lucro. O verde só funciona quando gera verde de volta.

Além disso, a cidade tem que observar de perto a infra-estrutura de transporte (estradas, ferrovias, espaço aéreo, metrôs) e seu impacto em ser limpa, suja ou permanecer suja. A estrutura logística também é crucial em termos de eficiência que pode se traduzir em economia de recursos e combustível, que por sua vez afetam a limpeza (qualidade do ar, água e solo).

Os números das cidades mais limpas foram tirados de estudos do Mercer Human Resources Consulting, que pesquisou 300 cidades, identificando a qualidade de vida em geral, assim como relatórios especiais das regiões. É interessante notar que o tamanho não é um fator nem em termos de número da população ou da área geográfica da cidade. A característica em comum das cidades listadas é um foco em tecnologia de ponta, educação e sediação de grandes empresas internacionais e locais, junto com um sistema extenso de transporte público.

Leia a matéria na íntegra, em inglês.
Adaptado e traduzido por Ana Paula, fonte: Favoritos

5/04/2007

Monteiro Lobato, sempre atual

“Não há mais terras habitáveis neste país. Os homens andam a destruir as matas, a queimá-las, a reduzi-las a pastagens para bois e vacas. No meu tempo de menina, podíamos caminhar cem dias e cem noites sem ver o fim da floresta. Agora, quem caminha dois dias para qualquer lado que seja dá com o fim da mata. Os homens estragaram este país. A idéia do jabuti não vale grande coisa. Impossível mudar-nos, porque não temos para onde ir.”
Monteiro Lobato, Assembléia na mata, Editora Brasiliense.

Esse livro é um fragmento do Caçadas de Pedrinho, publicado pela primeira vez em 1933. E vejam só o quanto mais já estragamos desde então... A fala da capivara não poderia ser mais atual. Desde que eu li esse trecho para as minhas filhas, ele não me sai da cabeça.

E o que nós estamos fazendo para parar com isso? Nada! Continuamos destruindo como se não precisássemos da natureza para sobreviver. Continuamos agindo como se a responsabilidade pelo meio ambiente não fosse nossa, apenas dos outros. Enquanto cada um de nós não tomar essa responsabilidade para si, em breve não serão apenas os animais da mata, mas toda a humanidade que não terá para onde ir.

5/01/2007

Ser verde em tempos de petropolítica

Mais um excelente artigo do sempre excelente Pedro Doria. Dessa vez, comentando uma coluna do New York Times sobre ser verde no mundo dominado pelos petrodólares. Confira.