3/30/2007

Ecoconsciente até na morte

Se você passou sua vida inteira poluindo e gastando, sua chance de "redenção" finalmente chegou - antes tarde do que nunca. Uma empresa britânica começou a produzir caixões em papel reciclável. Isso mesmo: até na morte, já tem gente pensando em ser mais ecoconsciente. Repouse eternamente em algo que não prejudicará mais ainda o solo local do cemitério de escolha nem o ar ao redor, caso seja cremado - já posso ver as propagandas pra lá de macabras se a moda pegar. Sinistro.

(Via Boing Boing)

3/29/2007

Desastre ambiental vitima 50 toneladas de peixe na BA

via Agencia Estado, notícia de 26 de março

Os municípios de Santo Amaro da Purificação, Saubara e Madre de Deus, na Baía de Todos os Santos, na Bahia, decretaram situação de emergência por causa do desastre ambiental que vitimou, até agora, cerca de 50 toneladas de peixes e frutos do mar na região. Desde o dia 17, os pescadores dos municípios estão proibidos de trabalhar nas águas da baía, por causa da suspeita de contaminação. O governo estadual já homologou o decreto de Santo Amaro e prometeu enviar 2 mil cestas básicas à região, para tentar contornar a situação.
O Centro de Recursos Ambientais (CRA), que investiga as causas da mortandade, só deve emitir o laudo conclusivo sobre o acidente em duas semanas. Originalmente, pensou-se tratar de um desastre causado por pesca com bombas, ainda comum no Estado. Como a pesca foi totalmente proibida na área e os peixes e frutos do mar mortos continuaram aparecendo, a contaminação da água foi apontada como a causa do desastre, mas não se sabe se ela foi causada por resíduos químicos industriais ou por proliferação de algas

Liturgia da natureza

Recentemente me deparei com alguns textos litúrgicos de séculos atrás que fazem referência a um comportamento que foi abandonado pelo homem contemporâneo: a relação com a sublime profundidade da Natureza para a compreensão do divino. São dois textos que procuro sintetizar para facilitar a leitura.

O primeiro texto nos fala sobre Simão de Taibuteh, um escritor sírio que viveu entre os séculos VI e VII d.C. Seus escritos influenciaram o desenvolvimento do Sufismo islâmico, e o epíteto “Taibuteh” significa “da Sua graça” porque o autor enfatizou ao longo de seu trabalho a importância da graça de Deus em tudo que havia obtido em sua vida. Mas a passagem que me chamou atenção foi a afirmação que Simão fez em seu leito de morte, após ter passado uma vida inteira observando fenômenos religiosos: que a mais complexa comunhão do homem com Deus, portanto, a sacralização desta união, só pode ser obtida diante da associação homem e natureza.

O segundo texto foi o que mais me impressionou, porque retrata o nível de consciência atingido por um santo da Igreja Católica: São Columba, da Irlanda. (Saint Colm Cille, no inglês arcaico). O trabalho em questão traz a afirmação do clérigo irlandês que diz: para aqueles que desejassem conhecer a profundidade das coisas deveriam estudar, primeiro, a Natureza física (fauna, flora, os oceanos e as montanhas). Palavras do próprio São Columba: “Para alcançar o profundo mar do entendimento, é importante compreender o próprio mar. Se quer compreender o Criador, deve tentar compreender a criatura”.

Fica claro que alguns povos antigos já praticavam o ideal da coexistência e do compartilhamento do mundo com a natureza. Por mais primitivos que possam ser classificados, viviam em perfeita harmonia com tudo o que os cercavam e retiravam dali o significado do invisível e abstrato. Cada mensagem da Natureza era interpretada como a intervenção direta do Criador.

O mundo do interpretativo da geografia do desconhecido revela aquilo que nos falta na contemporaneidade: o retorno ao estado de interconexão sintrópica que de fato existe no planeta Terra. As trocas sintrópicas, diferentemente das entrópicas, não possuem uma única via de correspondência. As plataformas evolutivas estão espalhadas em diversas direções, agindo e reagindo em muitas vias; e a aceleração das mudanças climáticas que acontecem hoje na Terra é resultado da intervenção antrópica no sistema. É a velha Lei de Newton: “toda ação leva a uma reação de igual intensidade e de sentido oposto”. Neste caso específico, o sentido oposto é a raça humana.

3/28/2007

Salve as Baleias!


O Greenpeace convida a todos para participar do site I-go. É uma comunidade virtual onde todos podem contribuir para salvar estes grandes mamíferos, através de vídeos, fotos e idéias para combater a caça a esses animais.
Uma dessas idéias já virou um protesto e todo mundo está convidado a comparecer e prestigiar a atividade "Nós amamos o Japão, mas caçar baleias nos corta o coração". Tudo acontece domingo, dia 1o. de abril, na Feira da Liberdade. Para quem não sabe, o bairro concentra a comunidade japonesa em São Paulo. a idéia é coletar assinaturas para um abaixo-assinado em favor das baleias na costa brasileira.

Metrô Estação Liberdade
Praça da Liberdade
Das 10h às 14h

3/26/2007

o Papa e o meio ambiente

Notícia que li no site da RBS, empresa local (Porto Alegre) de jornalismo:

Papa vai falar sobre aquecimento global durante visita ao Brasil

Tema deve ganhar espaço nos pronunciamentos de Bento XVI

O aquecimento global vai ganhar espaço nos pronunciamentos do Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil e nas discussões da 5ª Conferêcia Geral dos Bispos da América Latina e Caribe, que ocorre em Aparecida, a 164 quilômetros de São Paulo, entre 13 e 31 de maio. O arcebispo designado de São Paulo, Dom Odilo Scherer, ressaltou, nesta segunda, a importância do tema e disse que as agressões ao meio-ambiente “são pecados que se tornam cada vez mais evidentes”. A informação é do site G1.

Segundo Dom Odilo, que será um dos secretários da 5ª Conferência, a destruição da natureza ganhou destaque na mídia recentemente, mas também é um dos temas incluídos na fase de preparação do encontro dos bispos, que começou em 2001. (fonte: http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&tab=00052&newsID=a1457931.htm&subTab=4400&espid=21&uf=1&local1)


Certo, religião há que se respeitar e pronto. Mas será que não dava para parar com esse negócio de "pecado"? Será que eles pensam que os católicos vão deixar de poluir e de devastar a natureza só porque um representante da Igreja disse que é "pecado"?

Quem dera tudo fosse tão fácil assim. Quem dera a Igreja fizesse algo de realmente útil em prol da preservação da natureza!

3/25/2007

Preservar a natureza e lucrar com isso.


A reutilização da água nas empresas


"O Jornal Nacional do dia 22/03 - Dia Mundial da Água - mostrou, em sua matéria Combate ao desperdício, a empresa De Millus (lingeries e perfumes) antenada com as demandas ambientais do mundo atual. A empresa foi ndicada pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) como modelo de empresa na reutilização de água em suas operações industriais, a fábrica consome 20 milhões de litros d´água por mês, a maior parte no processo de tingimento. Toda a água usada para tingir os tecidos, fita elástica, bordados e meias é tratada e reutilizada integralmente.

Hoje toda água que sai da tinturaria, é despejada no canal de Irajá (bairro do Rio de Janeiro) límpida e dentro dos padrões ambientais definidos pela FEEMA. Este procedimento ajuda a reduzir custos (R$ 150 mil a menos por mês) e contribui essencialmente com a preservação do meio ambiente. A estação de tratamento de água mostrada na matéria do Jornal Nacional é da fábrica De Millus, na Av. Brasil, também no Rio de Janeiro."

Lucro e preservação ambiental

Talvez a motivação para tal atitude das empresas seja , como a própria De Millus afima, reduzir custos. O que importa é que o meio ambiente se beneficie, e toda essa poluição fique bem longe da Baía de Guanabara.. Chegamos a um ponto na trajetória do Planeta que, toda ação, seja ela por que interesse for, que tenha como conseqüência a preservação ambiental, é bem-vinda. Os lucros aumentam, os custos são reduzidos? Sim, e daí? A natureza lucra também, no caso acima, a água. E as futuras gerações também.

(A matéria me foi enviada por e-mail pela De Millus, da qual sou revendora, e dados da reportagem do Jornal Nacional)

Vídeo da reportagem

Imagem daqui

3/23/2007

Dia Mundial da Água

Ontem foi o Dia Mundial da Água. Duas notícias no portal da BBC Brasil:

Falta de água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas

A falta de acesso à água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas, de acordo com alerta feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira, o Dia Mundial da Água.

A organização alerta que esse número pode dobrar até 2025, quando dois terços da população mundial pode estar sofrendo com problemas ligados à escassez de água limpa.

Atualmente, 2,6 bilhões de pessoas – metade da população dos países em desenvolvimento - vivem em locais sem condições básicas de saneamento.

Os problemas relacionados à falta de acesso à água adequada matam mais de 1,6 milhões de pessoas todos os anos.

Segundo a OMS, 90% das mortes ocorrem entre crianças menores de cinco anos, principalmente em países mais pobres.

“Para cada criança que morre, inúmeras outras sofrem de problemas de saúde, produtividade reduzida e perda de oportunidades de educação”, disse a diretora-geral da OMS, Margareth Chan.


e

Brasil é exemplo na gestão pública da água, diz ONG

O gerenciamento de água e esgoto feito pelo setor público em quatro municípios do Brasil é citado como exemplo e inspiração por uma ONG da Grã-Bretanha em um relatório divulgada nesta quinta-feira.

Segundo o documento, lançado por ocasião do Dia Mundial da Água, iniciativas públicas nas cidades de Alagoinhas (BA), Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS) e Unaí (MG) "mostram uma visão de universalidade, justiça e igualdade".

A ONG World Development Movement, responsável pelo relatório, diz que os fornecedores de água nas quatro cidades "oferecem inspiração para aqueles interessados em combater a crise global de água".

"Está claro que esses fornecedores municipais no Brasil podem nos ensinar muito sobre como ter redes de distribuição de água democráticas e eficientes", disse o diretor da ONG, Benedict Southworth.

"Eles oferecem uma visão de água e saneamento básico que coloca o usuário no coração de tudo e dá inspiração a outros fornecedores que têm grandes dificuldades com o desafio de levar água aos mais pobres."

Mobilização

Todos os casos brasileiros analisados pela ONG no relatório intitulado Going Public: Southern Solutions to the Global Water Crisis ("Apostando no Serviço Público: Soluções do Sul para a Crise Global de Água", em tradução livre) têm em comum a ação da própria comunidade em conjunto com o poder público para melhorar o serviço de água e esgoto.

Em Guarulhos, por exemplo, o relatório diz que a mobilização popular levou à instalação de novos reservatórios e a uma melhor distribuição.

No caso de Porto Alegre, outro projeto teve como destaque a participação das mulheres, e a comunidade assumiu parte da responsabilidade pela qualidade do serviço.

Em uma nota comunicando a divulgação do relatório, a World Development Movement também cita o anúncio feito nesta quarta-feira pelo governo britânico de que vai apoiar parcerias com empresas públicas de água e esgoto de outros países e diz que espera que os britânicos aproveitem os bons exemplos do Brasil.

"O conhecimento adquirido por empresas públicas de água em países do sul, como o Brasil, é uma imensa fonte não-aproveitada que pode nos ajudar a combater a crise global de água", disse Southworth.


Porto Alegre tem 100% da população atendida com água tratada. Prova de que quando um serviço público é levado a sério - e não como mero trampolim político ou de interesses pessoais - as coisas funcionam.

3/22/2007

Abuso de poder



Recebi essa convocação da Avaaz.org , uma comunidade de cidadãos de todo o mundo, cuja meta é garantir que as opiniões e os valores da população mundial – e não apenas das elites políticas e corporações que não prestam contas a ninguém – sejam a base para as decisões internacionais.

Os membros da Avaaz.org estão se mobilizando em prol de um mundo mais justo e pacífico e de uma visão humana da globalização. E convoca todos para que assinem uma petição pedindo para dois maiores parceiros econômicos do Zimbábue – a África do Sul e a União Européia – adotarem fortes sanções direcionadas ao Presidente Mugabe e seus oficiais de alto escalão.

Abusos no Zimbábue



A tentativa desesperada do Presidente do Zimbábue Robert Mugabe de se manter no poder está levando o país ao caos. Seus ataques contra os lideres da oposição democrática constituem uma abuso aos direitos humanos.

No domingo, o porta voz do partido democrático de oposição foi agredido de forma tão brutal que perdeu um olho. Semana passada o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, foi preso e espancado por participar de uma cerimônia de protesto. Outros ativistas democráticos no Zimbábue estão correndo sério risco, muitos ainda presos.

Não podemos deixar esse momento extremamente urgente de atenção internacional passar sem demandar ações concretas. Se a Europa e os países vizinhos do Zimbábue (a África do Sul é o seu maior parceiro econômico) ameaçarem aumentar as sanções, o Presidente Mungabe vai ser forçado a parar os ataques. O Premio Nobel da Paz Desmond Tutu da África do Sul está convocando o apoio do seu país e aliados para impedir esses abusos.

Participe, assinando a petição.

Clique aqui para se juntar a essa demanda: Sanções direcionadas (como o congelamento das contas bancárias do Presidente Mungabe no exterior) não vão prejudicar o povo do Zimbábue. Ações rápidas podem prevenir uma catástrofe.

Para além desse momento critico, devemos demonstrar solidariedade com ativistas pró-democracia e de direitos humanos ao redor do globo para construir o mundo que queremos. O Zimbábue está chegando a um ponto inaceitável de tirania e colapso do estado, é hora de dar uma virada.

Petição para os líderes da União Européia e o Presidente da África do Sul Mbeki:

O Presidente Mugabe e seus aliados devem aprender que a violação de direitos humanos traz graves conseqüências. Nós pedimos que vocês - lideres dos maiores parceiros econômicos do Zimbábue - se comprometam publicamente a colocarem sanções direcionadas ao Mugabe e outros oficiais do governo se os ataques aos lideres da oposição democrática não pararem agora.

A autoridade repousa sobre a razão

Pessoalmente, percebo que a ganãncia por poder ultrapassa os limites da razão. Enquanto enfrentamos grandes desafios, tais como as mudanças climáticas, que ameaçam o futuro do planeta, pessoas estão lutando brutalmente para assumirem o poder. Vejo que uma mobilização internacional como essa por um povo oprimido, massacrado por seu governante me faz lembrar do clássico Exupéry: "A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis."

Leia mais sobre a situação no Zimbábue:

Os abusos de poder
Resolução do Parlamento Europeu
Repercussão internacional

Já assinei a petição. Participe também e assine! Faça a sua parte!

De escarradeiras e lava-rápidos


O texto que publico hoje é de autoria de um amigo que há muito tempo está ligado às questões ambientais. Espero que gostem da importante reflexão que segue abaixo.

Ricardo Safra



De escarradeiras e lava-rápidos

Sempre que vejo um lava-rápido me recordo instantaneamente das esquecidas escarradeiras oitocentistas, peças magníficas do cotidiano burguês que desapareceram com o passar do tempo. Escarradeiras eram exatamente isso: escarradeiras, objetos que serviam para que aqueles que fossem pegos de sopetão pelas inconveniências do pigarro ou do resfriado – ou simplesmente do hábito adquirido – pudessem encontrar alívio sem transgredir a boa etiqueta da época.

Tão simples quanto a necessidade fisiológica a que se destinava, a escarradeira de maneira geral não passava de um recipiente do tamanho de um prato, relativamente funda e com um furo no meio. Costumeiramente de porcelana, compunha o mobiliário das residências dos homens e mulheres do século XIX que podiam se dar ao luxo de adquirir bens supérfluos. Seu lugar por excelência era a sala de estar, sempre pronta para oferecer conforto a qualquer visita que dela necessitasse entre uma prosa e outra, taças de licor ou baforadas de cachimbo. Escarrar em público no oitocentos não significava necessariamente faltar com os bons modos. Tudo dependia do destino final do muco: se o chão cru, à la arraia miúda, ou a conveniente escarradeira como faziam os tão admirados europeus.

Entre outras coisas o estudo da História serve para isso: revelar a historicidade de cada momento que compõe o nosso cotidiano, a fragilidade das verdades absolutas que orientam nossos passos. Passado pouco mais de um século do fim do XIX a escarradeira não desapareceu apenas da sala de estar da burguesia mas também da própria memória coletiva. Hoje em dia ninguém se lembra mais que tão curioso objeto tenha sido parte do dia-a-dia das chamadas boas famílias. Virou peça de museu e lá está – se não me engano há uma exposta no Museu do Ipiranga –, sempre pronta para surpreender e enojar o incrédulo visitante que inesperadamente topa com ela, conservada como uma relíquia, um monumento ao orgulho míope daqueles que consideram os hábitos e valores de seu tempo como os únicos possíveis.

Como já disse as escarradeiras me ganham a mente sempre que vejo um lava-rápido em funcionamento. Diante da quantidade absurda de água gasta para conservar a boa aparência da lataria dos carros, penso em como as gerações futuras olharão para nós, para nossa época, questionando-se entre surpresas e enojadas: como eles podiam desperdiçar tão precioso recurso com uma bobagem dessas?

Certamente eles saberão que na nossa sociedade a boa conservação de um carro garante não apenas sua valorização comercial como também a valorização social de seu proprietário. Contudo, quando a água se tornar – em menos de duas décadas, conforme os cientistas apostam – o mais escasso dos recursos naturais essenciais para a sobrevivência humana, consumir água com preocupações dessa natureza lhes parecerá algo tão bizarro e absurdo quanto as escarradeiras oitocentistas nos parecem hoje. A necessidade movimenta o ser humano. Hoje necessitamos conservar nossos carros; amanhã necessitaremos conservar nossas vidas. Parabéns para ela, a água, “aniversariante” do dia, e também para todos os seres humanos que a utilizam com prudência, reverência e sabedoria. O futuro agradece.

Autor: Tiago Costa Nepomuceno

A imprensa e o meio ambiente

Passei rapidamente por aqui para recomendar a leitura do artigo de Míriam Santini de Abreu publicado no Portal do Meio Ambiente. Míriam é autora do livro Quando a palavra sustenta a farsa: o discurso jornalístico do desenvolvimento sustentável (Editora da UFSC).

Onde está a verdade? Como podemos nos armar para que saibamos separar o joio do trigo? Podemos vencer o poder econômico nessa luta pela sustentabilidade? Não tenho as respostas, apenas as perguntas.

3/21/2007

Aquecimento na Roda

O tema deste mês (e de início de abril) do blog Roda de Ciência é o aquecimento global. Como participante daqui e de lá, aproveito para um jabá básico: vale a pena dar uma passada por lá para ouvir um pouco o que meus amigos cientistas supimpas têm a dizer sobre o tema. A discussão em geral é de alto nível. Confira.

Por onde começar? - II

O Portal Educacional (logo e link ao lado)1, segundo a apresentação que existe no site, "é um ambiente multidisciplinar criado para que sua escola possa tirar o máximo proveito das infinitas possibilidades da internet." É, ainda segundo o portal, o "Maior portal de educação em língua portuguesa".

Dentre suas atividades, o Educacional realiza a pesquisa "Este Jovem Brasileiro", que avalia o posicionamento dos jovens frente a diversos temas. O "tema 2", recentemente publicado, é, nas próprias palavras:

"Como vocês sabem, nossa idéia é tentar entender um pouco melhor o que o jovem de hoje pensa sobre uma série de temas centrais da sua vida. Agora, na segunda fase, buscamos os valores e atitudes dos jovens em relação a assuntos como política, meio ambiente, honestidade, preconceitos, individualismo e outros. Aproximadamente 6500 alunos de diferentes partes do país responderam às questões sobre esses temas."

Vejam as demais repostas, pois mostram o "estado da arte" da nossa juventude. Por ora, interessam as respostas sobre o meio ambiente. Para a pergunta "Me preocupo realmente com o meio ambiente", vejam a análise:

"Oitenta por cento dos jovens afirmam que se preocupam com o meio ambiente, e mais de 90% acham que as pessoas poderiam se envolver mais nessa questão ou concordam que os acontecimentos atuais são absurdos...

Mas, do ponto de vista das atitudes em relação ao meio ambiente, a história é outra: Se nossos jovens dão de cara com alguém jogando lixo na rua, mais de 80% não reparam no que aconteceu ou “deixam quieto”. Apenas 20% deles, aproximadamente, têm uma postura mais ativa, como recolher o lixo jogado ou chamar a atenção do “porcalhão”.

Entre os que se consideram preocupados com o meio ambiente, não parece haver uma mudança significativa de atitude. Dos entrevistados, 87% já jogaram lixo na rua, embora mais de 75% afirmem que preferem guardá-lo na mochila ou no bolso ou, ainda, procurar uma lixeira. Só 31% se sentem culpados quando jogam lixo na rua, e 11% chegam a voltar para recolhê-lo. Também não há aqui grande diferença entre os que se consideram preocupados com o meio ambiente.

No quesito economia de água, 64% assumem que tomam banhos demorados, mas 76% dizem fechar a torneira enquanto escovam os dentes.

Muita gente parece ter aprendido que cuidar do meio ambiente é importante, mas, do ponto de vista prático, o que aparece são atitudes distantes desse ideal de cuidado com as questões ecológicas. Assim: “Fecho a torneira para escovar os dentes, mas não abro mão do prazer e conforto de um banho demorado”. Da mesma forma, “evito jogar lixo na rua, mas pouco faço para evitar a sujeira dos outros”. A pergunta final é: Será que 80% dos jovens, de fato, preocupam-se com o mundo que os cerca?
"


Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Falta não apenas educação ambiental, mas a mais básica das educações: a que começa em casa. Como disse no post anterior, e a pesquisa é o retrato fiel do que falei, devemos começar por aí, por dentro. Esperar até quando? Até que esses jovens virem adultos inconseqüentes? Que os próximos também sejam assim?

A verdade, como diz o texto, é que as atitudes estão distantes, muitos distantes ainda do que seria necessário.

Copiei os textos e o logo sem autorização expressa do site. Espero que o simples uso para divulgação não os incomode. Se assim for, no entanto, retiro o post. Basta enviar o pedido para o mail do blog.

3/20/2007

Moinhos de vento californianos

"Mas quem tem coragem de ouvir?/ Amanheceu o pensamento/ que vai mudar o mundo/ com seus moinhos de vento." (Frejat & Quental)

Deparei-me hoje com um post do Allan em que ele comenta a implantação de usinas de energia eólica no sul da Itália, e me lembrei de uma cena marcante que vi mês passado na Califórnia. Estávamos vindo do Parque Nacional de Yosemite em direção a San Francisco, quando num trecho da rodovia US-580 (na altura de Pleasanton) começamos a ver moinhos de vento. Não um nem dois: centenas, no topo de todos os morros ao redor. Uma cena impressionante.

Moinhos de vento©

O que me relembrou que eu estava no estado americano que mais tem implantado leis ambientais nos últimos anos, repensado o modelo atual e tentado minimizar os impactos ao ambiente. Investir na energia limpa dos ventos é uma excelente tentativa de amenizar o problema do aquecimento global, mas numa perspectiva mais política, uma excelente forma também de desviar um pouco o olhar do principal problema que a própria Califórnia enfrenta: o excessivo consumo de gasolina e combustíveis fósseis. A Califórnia e sua intricada profusão de highways é para mim o epíteto do modelo americano malfadado, que privilegiou o uso do automóvel e da energia termelétrica em suprimento do pensamento coletivo. (Parênteses: Imagine que, dirigindo por lá, nós tínhamos privilégios rodoviários apenas pelo fato de sermos 2 pessoas no carro - a maior parte dos motoristas está sozinho em seu mundo fechado de 4 rodas, consumindo gasolina e poluindo para o transporte somente de si próprio. Deplorável modelo.)

A energia termelétrica ainda é a fonte energética primária que sustenta a maior parte das cidades americanas (a que mais polui também, e maior responsável pelos imensos valores de CO2 na atmosfera), mas esse perfil americano pode mudar, basta que: haja mais incentivos para desenvolvimento e uso de fontes alternativas, haja mais pesquisa por novas fontes menos poluidoras e essas novas fontes não sejam tremendamente caras - embora um dia petróleo será tremendamente caro, então a opção por ele pode simplesmente se tornar mais inviável que as demais. Wishful thinking...

Gosto de pensar que, pelo menos, os californianos estão investindo em alternativas, e isso é visível. Fazendo a sua parte - pequena, mas já é algo. E nós, brasileiros, será que um dia faremos também a nossa parte nesse sentido? Quando é que deixaremos de abusar dos combustíveis fósseis, abandonando o transporte de carga rodoviário com caminhões (muito menos eficiente) e adotaremos mais intensamente as vias férreas ou náuticas, em que se gasta o mesmo combustível, mas pelo menos carrega-se muito mais volume de carga de uma vez só? Já usamos como centro de nosso modelo energético as usinas hidrelétricas, que já são mais limpas que as termelétricas (embora não menos ambientalmente problemática ao local). As usinas nucleares já estão sendo defendidas até por ambientalistas de carteirinha, e sem dúvida são, na atual conjuntura, uma melhor opção que as que queimam combustível fóssil. Mas ainda há uma longa estrada a ser trilhada nessa jornada em busca de uma energia mais limpa.

Modelos de energia limpa precisam de incentivo, mesmo dentro de nossas casas. Mas cabe também ao governo incentivar o surgimento e propagação dos mesmos, diminuindo talvez os impostos que recaem sobre quem quer colocar um painel solar e casa, por exemplo. O governo da Califórnia deu um passo inicial - minúsculo, mas deu. Vamos ver se a moda pega.

***************

P.S.: A Califórnia é um dos estados americanos que adotam o imposto sobre o e-lixo (o lixo dos aparelhos eletrônicos e derivados), pago em geral no ato da compra de eletrônicos e direcionado ao manejo adequado e ecocoerente desse lixo. Afinal, o que faremos com as baterias, monitores, celulares e outras maravilhas da modernidade quando estragam ou são simplesmente descartadas, ou seja, viram lixo? Na velocidade com que a tecnologia se repõe hoje em dia, essa é uma questão importante para qualquer política atual que queira ser o mínimo integrada com os problemas da sociedade.

Dia Mundial da Água - 22 de março

World Water Day March 22, 2007Você está com sede. Abre a sua geladeira e enche um copo de água fresquinha e bebe. Na hora do banho, você fica embaixo do chuveiro, naquela ducha bem gostosa com bastante água, ou até numa banheira, certo? Mas para mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, isso não passa de uma cena de filme, ou de um sonho.

O Dia Mundial da Água é uma data internacional de observância e ação para chamar atenção da luta de mais de 1 bilhão de pessoas no mundo que não tem acesso à água potável para consumo. Comemorado desde 1993, o dia Mundial da Água foi estabelecido em 1992, quando as Nações Unidas aprovaram a resolução. A cada ano, a observância aumenta e fica mais fortalecida.

O site World Water Day publica uma lista de diversas cidades na América do Norte onde terão caminhadas em prol da causa. Pra quem não está lá, o site também disponibiliza uma caminhada "virtual". Os nomes dos participantes serão impressos e levados por participantes das caminhadas reais, num gesto simbólico.

Saiba mais sobre o Dia Mundial da Água:
http://www.worldwaterday.org/
http://www.worldwaterday.net/
Dia Mundial da Agua

Economize água. Ela é um bem precioso, e um dia pode não ser tão abundante como ainda é hoje. Pense nisso.

3/19/2007

Por onde começar?

Dias desses escrevi a seguinte frase num post:

"não recicla o lixo da casa quem não recicla o lixo da própria vida."

Pertencemos a uma geração - no sentido de tempo atual - acostumada, porque ensinada, a guardar seus lixos pessoais. Dizemos "sou assim e pronto" e nada, ou quase nada, nos move no sentido de descartar o que não presta na nossa personalidade, nas nossas memórias e, mesmo, reciclar hábitos e comportamentos.

Nossa sociedade não aceita com tranqüilidade pessoas que "mudam". Só aceitamos mudar diante de desgraças que nos aconteçam, ou a pessoas queridas. Numa cama de hospital somos, invariavelmente, levados a repensar a vida, a reciclá-la. Invariavelmente, também, passamos a dar valor ao que realmente importa em nossas vidas e jogamos fora tudo que não presta.

Infelizmente, apesar de ser assim, está errado. Talvez pouco se possa fazer com os adultos para que mudem - não que não devamos tentar - mas muito podemos fazer com as crianças. E o quê?

Começar por ensiná-las a não acumular tanto lixo na alma. Talvez assim aprendam que mais importante que reciclar o lixo, é não produzir o lixo. E se assim fizerem com sua própria vida, certamente farão com o lixo da própria casa.

Se para nós, adultos, ainda é - e há - tempo para mudar, para as crianças é fundamental que comecemos a ensiná-las agora!

3/18/2007

Arte responsável - e bela

Recebi o aviso por e-mail, vindo do orkut: dias 28, 29 e 30 de março, a artista plástica (e recicladora de papel) Diva Buss oferece curso de papel artesanal aqui em Sampa... Adoro papel reciclado. Sempre tenho a sensação de economizar árvores, água, energia. E o papel artesanal tem um quê de obra de arte, né? Resultado: fui dar uma olhada no site da moça. Tem história do papel, obras de arte feitas com papel e trecho prático da sua tese de mestrado, também sobre isso. Os depoimentos, de gente conhecidíssima no mundo das artes plásticas, são inspiradores.
A Diva tem um trabalho consistente, todinho documentado lá no site. Dá cursos de papel artesanal em todo o Brasil. E ainda faz poesia: "Meus olhos vêem este mundo vegetal maravilhoso que nos cerca e minhas mãos transformam esta emoção viva que se expressa através do processo de criação e da arte. A Natureza é a fonte de inspiração e a grande provedora de matéria-prima: resíduos que reciclo e que adquirem nova existência. O tempo não consome a idéia. Redescobre e transforma. Multiplica-se em sementes que geram e crescem na TERRA SEM FIM. A essência permanece, se alonga em estágios que criam e recriam sem nunca parar."
Quem quiser participar da oficina deve telefonar para o sr. Gustavo no 11-3083-0091. O curso custa $ 200 (o material está incluído).

3/16/2007

Lixo orgânico: como reaproveitar?

A matéria de hoje do Blog do Planeta é bem no estilo do Faça a sua parte. A proposta deles é apresentar aos leitores, em parceria com o Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (IPEC), dicas práticas para que os leitores possam mudar seus hábitos e adotar práticas que ajudem a minimizar o impacto do homem sobre o meio ambiente.

A dica de hoje fala sobre lixo orgânico. Eu estou lendo (ou seria mais adequado dizer que estou tentando ler, já que a minha rotina louca não tem me permitido um ritmo de leitura adequado?) o Guia ecológico doméstico, de Maurício Waldman e Dan Schneider, da editora Contexto. A idéia lançada no Blog do Planeta é aprender a separar o lixo orgânico do lixo não reciclável - porque todo mundo já separa direitinho o seu lixo reciclável, né?

Então seguem algumas dicas que tirei do livro de Waldman e Schneider para que possamos fazer essa separação corretamente.

Em casa, nosso lixo vem de várias partes: cozinha, banheiro, escritório, quintal. Ainda com muita freqüência, simplesmente juntamos tudo no mesmo saco que deixamos para ser recolhido pela companhia de lixo municipal. Essa mistura de resíduos faz com que seja difícil efetuar uma separação adequada nos lixões, mesmo em cidades que adotam essa prática. Muitos materiais que poderiam ser reaproveitados acabam sendo inutilizados, inclusive o composto orgânico. O ideal seria que houvesse uma separação e coleta em três categorias: lixo não-reutilizável, lixo reciclável e lixo orgânico.

Como separar o lixo orgânico e fazer a compostagem

Waldman e Schneider apresentam a relação de componentes adequados para a compostagem: cascas de ovos, de frutas e de vegetais, pó de café, restos de comida e resíduos provenientes de jardinagem. Entretanto, chamam a atenção para o fato de que devemos excluir os óleos, bem como a carne e resíduos de queijos (ou seja, gordura animal), que podem atrair ratos, baratas, vermes e outros bichinhos que não queremos por perto. Outros resíduos recomendados:

- cinzas de madeira são uma importante fonte de potássio;
- aparas de grama podem ir para a pilha de compostagem ou ser deixadas no gramado;
- resíduos de podas devem ser picados ou retalhados;
- folhas, embora apresentem uma decomposição lenta, podem ser picadas, decompondo-se assim, quatro vezes mais rápido;
- ervas daninhas (e suas sementes), quando expostas às altas temperaturas comuns em pilhas de compostos, dificilmente conseguem sobreviver, portanto pode-se aproveitar essa matéria.

O método preferencial indicado é o do caixão neozelandês. Há uma explicação sobre os métodos de compostagem caseira aqui. Entretanto, pode-se utilizar baldes plásticos com capacidade de até 50 litros, perfurados no fundo e nas laterais, para juntar esse material, cujo revolvimento deve ser feito a cada sete dias, transferindo-se o material de um balde para outro.

Há um tempo, meu marido costumava fazer buracos fundos no jardim onde jogávamos o lixo orgânico. Entretanto, não estávamos a par da recomendação de não jogar gordura animal, e começamos a ter problemas com ratos, e o reaproveitamento do lixo orgânico acabou ficando de lado. Quem sabe agora a gente resolve retomar a prática?

Outro destino do lixo orgânico pode ser a doação a alguma horta de produtos orgânicos localizada perto da sua casa. Procure se informar.

Precisa dizer mais?


(clique na imagem para ver em tamanho normal)

Precisa dizer mais sobre o abuso do apelo à infância como forma de vender o meio ambiente? A tirinha é parte do boletim "Notícias da Lata", n° 3, nov/dez 2006, da ABRALATAS- Associação Brasileira dos Fabricantes de Alta Reciclabilidade.

O nome da organização já é um engodo! Chamar fabricante de latinha de alumínio de "Fabricante de Alta Reciclabilidade" é pensar que somos, no mínimo, ignorantes. Daí a usar um apelo infantil para que o consumo brasileiro de produtos de "alta reciclabilidade" passe das atuais 57 unidades/ano, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO que dentro da "reciclabilidade" existe um refrigerante, que SABIDAMENTE faz mal para a saúde, é demais. E tudo por um apelo de preservação do meio ambiente?

Me poupem, como se diz por aí!

Original em: Abralatas

3/15/2007

Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso


Jared Diamond, para quem não conhece, é professor do Departamento de Geografia da conhecida Universidade UCLA, nos Estados Unidos. Ele possui duas obras publicadas aqui no Brasil: Armas, germes e aço (1997) que foi vencedor do Pullitzer, e Colapso – como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso (2005). Mas é com seu livro mais recente que quero dialogar.

Em Colapso o autor procura levantar como e por quais motivos as sociedades entram em conflito com o ambiente e consequentemente com a natureza. Para tanto, vou transcrever dois trechos do capítulo dedicado ao colapso da civilização que ocupou a ilha de Páscoa, no Pacífico, responsável pela construção de enormes figuras de rochas chamadas moais (foto). E que, segundo o autor, acelerou o processo de degradação ambiental ao derrubar excessivamente a cobertura vegetal da ilha. O que acelerou o declínio de uma sociedade extremamente habilidosa e criativa.

“Frequentemente me pergunto: O que os insulares de Páscoa que cortaram a última palmeira disseram enquanto faziam aquilo? Será que, assim como os modernos madeireiros, terão gritado trabalho sim, árvores não? Ou: a tecnologia resolverá nossos problemas, não tema, vamos encontrar um substituto para a madeira? Ou: não temos provas de que não há mais palmeiras em algum outro lugar de Páscoa, precisamos de mais pesquisas, a proposta de proibição da atividade madeireira é prematura e movida por sentimentos alarmistas. Tais questões são levantadas por todas as sociedades que inadvertidamente danificaram seu ambiente.”

Este primeiro excerto traduz exatamente o discurso de alguns setores da sociedade contemporânea que refutam ou diminuem o impacto do quadro das mudanças climáticas porque, para eles, a crise pode ser resolvida por meio da tecnologia desenvolvida pelo homem. Ou então, para outros, tudo não passa de um alarmismo exagerado, transfigurado num autoritarismo climático, com a clara intenção de impingir um novo modelo de vida à sociedade. Como já escrevi antes, acredito que o momento pelo qual passamos seja uma crise moral, reflexo das escolhas que cada indivíduo toma e que se espraiam pela sociedade por meio de um elo cultural que em última instancia responde pelas ações humanas no globo terrestre.

No segundo trecho do mesmo capítulo, Jared Diamond escreve: “Os paralelos entre a ilha de Páscoa e o mundo moderno são assustadoramente óbvios. Graças à globalização, comércio internacional, aviões a jato e Internet, todos os países da Terra hoje em dia compartilham recursos e afetam uns aos outros, assim como fizeram os 12 clãs de Páscoa. A ilha de Páscoa estava tão isolada no oceano Pacífico quanto a Terra está hoje no espaço. Quando os insulares de Páscoa tiveram dificuldades, não havia para onde fugir, nem a quem pedir ajuda, assim como nós, modernos terráqueos, também não temos a quem recorrer caso precisemos de ajuda. Essas são as razões pelas quais as pessoas vêem o colapso da sociedade da ilha de Páscoa como uma metáfora – a pior hipótese – daquilo que pode estar nos esperando no futuro.”

É claro que se trata de uma metáfora imperfeita, dadas as diferentes condições históricas que envolvem os dos períodos. Entretanto, serve de alerta para que pensemos na hipótese de coexistência e de co-habitação de nossa única casa comum: o planeta Terra, e que, portanto, merece todo o cuidado da nossa geração para que as próximas não cometam os mesmos erros que nós cometemos. E em alguns casos insistimos em cometê-los.

3/11/2007

Entrevista com José Goldember


O programa Roda Viva apresentará nessa segunda, a partir das 22h30, ao vivo, entrevista com José Goldemberg, professor da USP e ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo.Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa. http://www.tvcultura.com.br/rodaviva


O etanol como combustível

O encontro dos presidentes de Brasil e Estados Unidos para discutir o comércio de etanol entre os dois países abre uma nova perspectiva para o combustível e para a agricultura brasileira.
O Presidente George W. Bush anunciou que pretende reduzir a dependência do petróleo com a substituição de parcela do consumo por biocombustível.
Segundo ele, a escolha de um combustível alternativo é uma questão de segurança nacional, já que afirmou não poder ficar dependente de outras pessoas nas decisões sobre o petróleo.

A principal questão levantada por especialistas é a barreira imposta pelo governo americano que taxa em catorze centavos de dólar o litro de combustível vendido no país como medida protecionista para os agricultores americanos.
Para falar sobre o assunto, o programa convidou o físico José Goldemberg, professor da Universidade de São Paulo, que tem um envolvimento com o tema energia de mais de 25 anos.
José Goldemberg considera que a experiência brasileira com álcool combustível pode servir como modelo mundial.

Participam como convidados entrevistadores:

Washington Novaes, jornalista e supervisor do quadro biodiversidade do programa Repórter ECO, da TV Cultura; José Carlos Cafundó, editor do caderno Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo; Tatiana Bautzer, repórter especial do jornal Valor Econômico; Cristina Alves, editora de economia do jornal O Globo ; Claudio Angelo, editor de ciência do jornal Folha de S. Paulo; Alex andre Machado, comentarista de política da TV Culturta.

Apresentação: Paulo Markun

O Roda Viva é apresentado às segundas a partir das 22h30.
Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa.
http://www.tvcultura.com.br/rodaviva

3/09/2007

MUITO AINDA É POUCO

Universidade Livre do Meio Ambiente - Curitiba

"Este texto é dedicado a todos aqueles que já atingiram a consciência de que a salvação do planeta não depende só de atitudes políticas, mas exclusivamente de uma mudança comportamental a cargo de todo cidadão que respira o interesse pela preservação da vida, fazendo deste ato não apenas uma atitude individual, mas contribuindo para a formação de uma cultura que se preserve indefinidamente através das gerações."

Nota: O texto abaixo foi cedido gentilmente pelo Ery Roberto, e, como ele mesmo declara, ilustra algumas atitudes que já deram resultados significativos na cidade de Curitiba, que, apesar de em nada ser diferente de outras regiões metropolitanas quanto aos principais problemas gerados pela convivência (ou a falta desta segundo a organização e bons princípios), construiu, durante quase quatro décadas, uma base fecunda voltada à melhor qualidade de vida.

Desnecessário dizer que qualquer programa governamental neste sentido não se faz sem planejamento de longo prazo, credibilidade, contrapartida e envolvimento da cidadania capaz de se plantar como um novo valor. Todos já formamos de alguma maneira a consciência sobre os resultados da indiferença praticada durante séculos e hoje já vivemos a perspectiva de um futuro nada animador que foi semeado com a ganância, a desorganização e descontrole do Estado e os maus costumes populacionais.

São elogiáveis as atitudes individuais que vão desde o simples reaproveitamento da água da máquina de lavar, dos resíduos recicláveis, o esforço de menor consumo dos combustíveis poluentes e outras tantas, mas a partir destas é preciso lutar para a formação de um senso coletivo. A alienação, ignorância e a preguiça são os maiores inimigos para que isto tenha êxito.

Foi a partir da superação destes valores críticos que a cidade de Curitiba fez-se diferente. A administração científica difere da política. Bem verdade que tivemos retrocessos pelo inevitável das mazelas que teimam em corroer o partidarismo, mas a cultura formada tratou de preservar e requerer a continuidade das boas práticas. O curitibano virou exigente.

Curitiba considerou a Educação Ambiental, ministrada em caráter interdisciplinar, como uma forma de integrar as ações do poder público e da população para, juntos, iniciarem a construção de espaço equilibrado para viver. As questões ambientais passaram a ser tratadas com o objetivo de resgatar a história da cidade e manter a identidade dos moradores com o meio em que vivem, possibilitando a incorporação de valores relativos à proteção ambiental aliada à sustentabilidade do desenvolvimento local.

Um dos programas pioneiros foi a separação e reaproveitamento do lixo. Hoje é um comportamento. Iniciado em 1989, a separação do lixo orgânico do reciclável nas próprias residências gerou --além da ampliação da vida útil dos aterros sanitários-- economia energética, matérias-primas e empregos.

Outro programa ambiental, originado do programa Lixo que Não é Lixo, consiste na troca de material reciclável por alimentos hortifrutigranjeiros. Foi criado em 1991 para atender principalmente comunidades carentes, favorecendo a limpeza do ambiente urbano, a despoluição, a melhoria da qualidade alimentar, o escoamento da produção dos pequenos e micro produtores rurais e a realização de práticas ambientalmente corretas pela população enquanto processo educativo.

Embora a coleta seletiva feita pela prefeitura, esta consciência deu oportunidade a que muitas pessoas passassem a ganhar alguma coisa por conta de trabalho alternativo. Foi o caso dos carrinheiros. Ainda carente de melhor organização esta atividade contribuiu para que a população se engajasse na separação residual. Eles vendem sua colheita feita diariamente e disto sobrevivem, apesar dos riscos que tal lida contém pela falta de uso de equipamentos adequados e excesso de esforço físico. Na região central contribuem para a desorganização do trânsito, mas é inegável que há uma razoável tolerância da maioria dos pedestres e motoristas.

Existem problemas novos gerados pelo excesso de coleta particular. 70% são distribuídos a depósitos e pequenas empresas particulares localizados nas mais diversas partes da cidade. Estes locais não têm estrutura adequada para separar o material de maneira eficiente, ficando limitados a separar e comercializar apenas aqueles materiais mais "valiosos" do ponto de vista econômico. Além disso, a maioria dos materiais recicláveis que chegam ao Programa está misturada uns com os outros, principalmente com muita matéria orgânica. Este aspecto já vem sendo trabalhado através de campanhas incentivadoras para lavagem de copos e embalagens de produtos orgânicos, com a recomendação de se utilizar a água que sobra do tanque de roupa ou a água utilizada para enxaguar a louça (basta fechar o tanque ou a pia).

A Universidade também contribuiu para este diferencial. Em 2002 foi criado o projeto "Separando Juntos" (UFPR) contemplando a implantação de um Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Inicialmente através de um processo de educação ambiental para a sustentabilidade visando mudança de atitudes pela comunidade universitária quanto à redução, separação e destinação adequada dos resíduos. Ao mesmo tempo passou a incentivar a realização de pesquisas principalmente relacionadas às formas de tratamento e destinação adequada dos resíduos gerados. Novos cursos foram criados nas universidades paranaenses.

Escolas, entidades filantrópicas, empresas em geral colaboram com atividades distintas de conscientização, realizam plantios comunitários de árvores, arbustos e flores geralmente em áreas degradadas existentes, fundamentais para a recuperação das mesmas e conseqüentemente melhorando a qualidade ambiental das comunidades.

Parece inacreditável, mas a delinqüência ainda destrói patrimônios públicos como elementos do sistema de transporte coletivo, pratica roubos de fiações elétricas, atenta contra cabines telefônicas, picha painéis de arte em logradouros públicos e comete outras ações típicas, mas tem pouquíssima audácia de qualquer atitude criminosa contra as reservas naturais presentes nos inúmeros espaços ecológicos, como nossos belíssimos parques. A própria população é sua maior guardiã.

Fundamental nisto tudo foi confirmar o grandioso papel da Educação. Este é o maior processo mobilizador para a conquista do sentimento de cidadania. Faz acontecer porque seus resultados são práticos, visíveis e promovem adesão. Curitiba, hoje conhecida por sua vocação de luta ecológica, virou, com todo orgulho, uma grife.

Ainda há muito a se fazer e tudo que se fizer ainda será pouco, pois o mundo não é só isto aqui. Também é verdade que governo e população de outras grandes cidades estão gradativamente ganhando esta conscientização, mas é preciso um pouquinho mais de cada um de nós. Quando esta progressão de atitudes for geométrica fecharemos o círculo comprometido do planeta.

Descobrindo alternativas energéticas, recuperando o respeito à natureza e agindo racionalmente nós respiraremos pureza. A primavera será novamente visível e cheirosa. Depois do verão as folhas voltarão a cair sobre nossas cabeças pelas alamedas oxigenadas e felizes, prenunciando a exigência de buscarmos o aconchego humano para outro inverno.

Certamente aquela bela canção de Paulinho da Viola, "Amor à Natureza", haverá de ser cantada com outras palavras.

[...]
Flutua no ar o desprezo
Desconsiderando a razão
Que o homem não sabe se vai encontrar
Um jeito de dar um jeito na situação
Uma semente atirada
Num solo fértil não deve morrer
É sempre uma nova esperança
Que a gente alimenta de sobreviver

Por Ery Roberto

O marketing do meio ambiente!

Está acontecendo mais rapidamente do que se poderia esperar:

a utilização da natureza como elemento de marketing.

Ontem vi uma propaganda da Disney vendendo o DVD do desenho animado do Peter Pan. Foram-se meus sonhos de infância. Peter Pan virou plantador de árvores:

Peter Pan

O título da campanha é lindo: "Missão Verde". Se você comprar o DVD estará plantando uma árvore. Para salvar a humanidade.

Humanidade? Ou a Disney?

O apelo atinge as crianças. A propaganda passa no Discovery Kids (certamente passa nos demais canais infantis, mas não vi).

Regrinha básica do marketing: venda para os filhos; os pais compram!

É a falácia empresarial da responsabilidade social e, agora, da responsabildade ambiental. Ou, como já começa a ser amplamente divulgado no meio empresarial, "sustentabilidade empresarial".

Historinha pra boi dormir!

Empresa social e ambientalmente responsável não condiciona a natureza à venda de seus produtos. Simplesmente investe os lucros.

Da Disney - empresa típica de venda do American Way of Life - não se poderia esperar outra coisa. O que é difícil entender (não tão difícil assim, va lá) é que empresas brasileiras embarquem nessa onda.

Pior: nós acabamos por embarcar nessa onda. E vamos às lojas desesperados pelos DVDs da Disney.

Ou de tudo quanto é promessa de venda que, em troca, plante uma árvore para salvar nossa consciência.

Ficamos felizes por contribuir. Nosso travesseiro é testemunha fiel da nossa vontade de salvar o mundo. Acordo, e a primeira coisa que penso é: "fiz um filho e agora já plantei uma árvore. Só falta escrever um livro".

Ser humano feliz esse!

Feliz? Ou mais um inconsciente!? Quem sabe mais um inconseqüente?

3/08/2007

Dia da Mulher

É a primeira vez que faço um post aqui - embora já seja figura fácil nas caixas de comentários. Ando sem tempo, mas sempre apaixonada pela causa, divulgando e acompanhando de perto o Faça a sua parte. Neste dia, gostaria de deixar uma homenagem às mulheres, aproveitando para sugerir uma reflexão: sobre o papel da mulher na conscientização ambiental. O texto abaixo não é meu, recebi hoje por email da Liliana Peixinho, Coordenadora do Movimento Voluntário AMA - Amigos do Meio Ambiente e da RAMA - Rede de Articulação e Mobilização Ambiental, e achei bastante pertinente.

"As mulheres estão revolucionando o mundo como educadoras ambientais, que naturalmente são, por sua formação biológica e sua capacidade de sentir. Porém é importante identificar que estes sentimentos não são exclusivos das mulheres, mas também e principalmente dos homens. Homens paridos, criados e educados por mulheres, que têm em suas essências a 'feminística' , ou seja, a mística feminina que todos seres humanos possuem. Talvez seja este o nosso maior desafio. Despertar essa mística dos Homens, e permitir que Eles a sintam, com tanta ou mais intensidade que a sentimos."

E seremos plenas quando tivermos aliados em casa (no banheiro, na cozinha, no quarto, na sala, no quintal), na escola, na empresa, nas instituições, enfim, em cada lugar onde sabemos ser necessário o cuidado com a Vida e o trabalho que isso requer. Afinal, é a VIDA a habitante-mor do grande habitat Terra.

Para refletirmos

“Para desenvolver a Inglaterra foi necessário o planeta inteiro. O que seria necessário para desenvolver a Índia?”, Mahatma Ghandi.


Trouxe algumas informações que pode ser úteis para a compreensão do estágio atual da relação entre homem e natureza na contemporaneidade. Devemos lembrar que os dados não são conclusivos, mas apontam inegavelmente a condição que está posta, e que foi muito bem sintetizada pelo D. Afonso: é preciso que cada um de nós, em sua individualidade, reflita sobre o que é possível fazer por um mundo melhor. Vamos aos dados:

1) A pegada ecológica, que é uma unidade de área que corresponde ao número necessário de hectares de terra biologicamente produtiva para produzir os alimentos e a madeira que a população consome, a infra-estrutura que utiliza, e para absorver o gás carbônico produzido durante a queima de combustíveis fósseis. Por conseguinte, a pegada ecológica leva em conta o impacto que a população produz sobre o meio ambiente. A elas (PNUMA, 2002):

AFRICA: 1,5 hectare per capita
ÁSIA e OCEANIA: 1,8 hectare per capita
AMERICA LATINA, CARIBE, ORIENTE MÉDIO E ÁSIA CENTRAL (incluindo CHINA): 2,85 hectares per capita, que é mais ou menos a média mundial
EUROPA CENTRAL E ORIENTAL: 5,0 hectares per capita
EUROPA OCIDENTAL: 6,0 hectares per capita
EUA: 12 hectares per capita, o que significa 425% acima da média mundial.

Mais análises sobre o relatório da Pegada Ecológica AQUI (em inglês)

2) 20% dos habitantes mais ricos do planeta consomem 80% da matéria-prima e energia produzidas anualmente. Com isso, seriam necessários CINCO planetas para oferecermos a todos os habitantes da Terra o atual estilo de vida que, vividos pelos ricos dos países ricos e pelos ricos dos países pobres. (A Questão Ambiental, por Carlos Walter Porto-Gonçalves)

3) UM BILHÃO de pessoas não têm acesso à água potável; DOIS BILHÕES E MEIO não têm qualquer forma de saneamento. Como resultado desta perversa equação SETE MILHÕES de pessoas morrem por ano. (Água, por Michael Camdessus)

3/07/2007

Acabar com as sacolas plásticas

Aqui no Brasil a mania é levar dúzias de sacolas plásticas para casa... O povo me olha torto quando entro no supermercado e outras lojas com as minhas sacolas de feira. Tsc, tsc. Feio gastar um montão de recursos para fazer aquele monte de plástico!
Na Ikea (a matriz da idéia Tok&Stok/Etna), agora as sacolas plásticas custam dinheiro. Quem as usar paga. A partir de 15 de março, o esquema vai valer também nas lojas dos Estados Unidos (cada sacolinha vai custar US$ 0,05). Quem deu a notícia foi o Luiz Marinho, lá no Blue Bus.
O melhor deste tipo de iniciativa é que reduz o lixo e induz a educação ambiental na prática. A gente fala, fala, fala - e o povo continua comprando alface na bandejinha de isopor enrolada no plástico, levando dúzias de sacolinhas desnecessárias pra casa (é pro lixo - que tal reduzir, coração?) e de pequeno deslize em pequeno deslize o lixão fica cheio. Ponto pra Ikea. Será que um dia alguma rede brasileira embarca nesta?

Decidir Fazendo

Um dos problemas das boas idéias é quando se abre o debate. Não que controvérsias ou contestações sejam necessariamente negativas ou prejudiciais, nem que uma avaliação mais atenta tenha como objetivo abortar a criação de novos projetos, mas o risco dos debates é a inércia, a perda de tempo. Todo administrador, gerente, supervisor, chefe ou qualquer pessoa em posição de comando conhece a urgência da tomada de decisões. Quem deve tomar muitas decisões não pode perder tempo buscando a solução perfeita, pois o excesso de cautela pode levar a não tomar uma decisão. E não tomar decisão nenhuma é pior que tomar a decisão errada.

A Itália começou a discutir soluções para reduzir a poluiçãomuito tempo. E ainda não parou. Outros países passaram aos fatos e hoje colhem os resultados. A Alemanha, por exemplo, decidiu fazer primeiro e avaliar depois. Cometeu uma série de erros, gastou dinheiro demais e foi criticada por isso. Mas soube corrigir o rumo dos programas de energia e de construções alternativas e hoje, ao lado da Holanda, é o país europeu com mais resultados em favor da preservação ambiental, enquanto a Itália está entre as últimas colocações.

De olho no país vizinho, alguns administradores italianos resolveram seguir o exemplo. Antes que se iniciasse a discussão sobre o melhor modelo de energia alternativa para pequenos projetos, começaram a instalar parquímetros alimentados por energia solar, substituindo os modelos antigos. É uma revolução silenciosa, mas com bons resultados econômicos. Os novos equipamentos exigem menos manutenção, podem ser transferidos sem problemas, não precisam de fios ou rede de alimentação, são auto-suficientes, consomem energia limpa e cumprem normalmente a função de emitir bilhetes nos estacionamentos.

Não permita que uma boa idéia perca tempo no estacionamento paralisante dos debates intermináveis. O risco da inércia não vale a pena.

.

3/05/2007

Como separar o lixo em casa?

Cada família sabe melhor do que ninguém como prefere orientar o espaço e a arrumação em sua casa. Mas, pode-se construir um “ecoponto” em casa, com caixas de papelão e alguma imaginação.

Para tornar o processo de reciclagem mais eficiente deve-se:

- Escorrer e despejar todo o conteúdo das embalagens;
- Quando possível, espalme-as para ocuparem menos espaço em casa, facilitar o seu transporte e diminuir o número de deslocações ao ecoponto;
- Retirar as rolhas e as tampas feitas de materiais diferentes aos das respectivas embalagens;
- Para evitar mau cheiro passar por água algumas embalagens;
- Depositar no ecoponto o saco que usou para transportar as embalagens usadas.

Onde e o que reciclar?

Papel e Cartão

Recicláveis

Não recicláveis

Embalagens de cartão liso/compacto

Guardanapos de papel, toalhetes, fraldas e pacotes de aperitivos

Embalagens de cartão canelado

Embalagens e papéis metalizados e plastificados

Embalagens de papel e papel de embalagens

Embalagens que tenham contido cimento, alcatrão e produtos tóxicos

Jornais e revistas

Embalagens de cartão para líquidos alimentares

Eco Sugestões

- Retirar todos os plásticos.
- Desmembrar e espalmar as embalagens de papel/cartão. Deste modo, a capacidade de armazenamento em casa e no ecoponto é aumentada e o seu transporte é facilitado;
- As embalagens que contenham resíduos orgânicos ou gorduras não devem ser depositados nos ecopontos porque a degradação destes contaminantes, em contacto com o papel/cartão, afecta a conformidade do material para reciclagem e pode dar origem a produtos de baixa qualidade ;
- As embalagens de papel/cartão que tenham contido produtos tóxicos e perigosos não devem ser depositados nos ecopontos porque podem constituir um perigo para a saúde pública, quer para os operadores da indústria de triagem e de reciclagem, quer para os consumidores de produtos reciclados.

Vidro

Recicláveis

Não recicláveis

Garrafas de vidro

Louças e Cerâmicas (Pratos, copos, chávenas, jarras mosaicos e azulejos)

Frascos e botijões de vidro

Vidros especiais (Cristal, pirex, espelhos, janelas, lâmpadas, frascos de perfumes e vidros de automóveis)

Garrafões de vidro

Vidro farmacêutico e de hospital

Tampas e rolhas das embalagens de vidro

Eco Sugestões

- Escorrer e enxaguar as embalagens de vidro evita as contaminações e mau cheiro quando armazenadas em casa ou no ecoponto;
- Os vidros farmacêuticos e de hospital não devem ser depositados nos contentores dos ecopontos porque podem constituir perigo para a saúde pública. Para estes materiais, que estão sujeitos a um tratamento próprio, existem circuitos de recolha específicos;
- As louças cerâmicas e os vidros especiais não devem ser depositados nos ecopontos porque são constituídos por materiais que não fundem à mesma temperatura que o vidro. Se introduzidos nos fornos, dão origem a objetos com defeito de fabrico;
- As tampas e rolhas por serem de composição diferente do vidro podem inviabilizar a sua reciclagem.

Plásticos

Recicláveis

Não recicláveis

Garrafas, garrafões e frascos de: água, sumos e refrigerantes, vinagre, detergentes e produtos de higiene, óleos alimentares

Embalagens que tenham contido produtos tóxicos

Esferovite

Embalagens que tenham contido produtos combustíveis e óleos

Sacos de plástico

Embalagens de manteiga, margarina e banha

Embalagens de cartão para líquidos alimentares (tetra-pak)

Copos de iogurte

Eco Sugestões

- As embalagens de plástico devem ser escorridas e enxaguadas para evitar mau cheiro na sua armazenagem;
- Espalmar as embalagens de plástico facilita o seu transporte e armazenamento em casa e no ecoponto;
- As embalagens de plástico que tenham contido gorduras não devem ser depositadas nos ecopontos porque estes resíduos interferem na qualidade do processo de reciclagem e na qualidade dos produtos reciclados;
- As embalagens de plástico que tenham contido produtos tóxicos e perigosos não devem ser depositadas nos ecopontos porque podem constituir perigo para a saúde pública, quer para os operadores da indústria de triagem e de reciclagem, quer para os consumidores de produtos reciclados.

Metais

Recicláveis

Não recicláveis

Enlatados e conservas

Embalagens de metal com restos de produtos tóxicos

Latas de bebidas

Objetos que não sejam embalagens: tachos, panelas, talheres, etc

Aerossóis vazios

Ferramentas

Tabuleiros de alumínio

Eletrodomésticos

Outras embalagens de metal

Pilhas e baterias

Eco Sugestões

- Espalmar as embalagens de metal facilita o seu transporte e armazenamento em casa e no ecoponto;
- Os eletrodomésticos não devem ser depositados nos ecopontos porque são constituídos por diferentes materiais e mecanismos elétricos e eletrônicos para os quais existem circuitos específicos;

Pilhas

Recicláveis

Não recicláveis

Pilhas comuns

Baterias de automóveis

Pilhas de relógios de pulso, etc…

Eco Sugestões

- As pilhas não devem ser depositadas nestes ecopontos porque são compostas por metais pesados que podem contaminar os restantes materiais destinados à reciclagem e constituir um perigo para a saúde pública;
- As pilhas devem ser depositadas nos lugares próprios para esse fim


Informação nunca é demais para não pôr a perder todo um trabalho, misturando-se material indevidamente. Tudo o que não é reciclável, deve ser encaminhado para pontos de compra ou coleta, como ferro velho, farmácias, lojas, shoppings, etc.